Inflação do aluguel chega a 1,16 por cento na primeira prévia de março

A primeira prévia de março do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou alta de 1,16%, taxa bem acima do 0,22% da primeira prévia de fevereiro. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice, que é usado no reajuste de contratos de aluguel, acumula inflação de 6,77% no período de 12 meses.

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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,69% em fevereiro, ante uma variação de 0,55% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (12). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pela reportagem, que iam de uma taxa de 0,58% a 0,72%, e acima da mediana, de 0,65%.

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No ano, o IPCA acumula uma alta de 1,24%. Em 12 meses, a taxa alcançou 5,68%, acima da meta estipulada pelo governo, de 4,5%.

A inflação mais pressionada e a previsão de que não haverá alívio no curto prazo, evidenciada pelo Banco Central na última ata do Copom, deve provocar mais dois aumentos na taxa básica de juros de 0,25 ponto percentual, elevando a Selic para 11,25%, segundo a maioria das previsões de analistas.

Apesar da freada do consumo, a inflação é "contaminada" pela alta do dólar (que puxa para cima especialmente preços de alimentos), o clima desfavorável no começo deste ano e a expectativa de aumentos maiores de tarifas públicas, já que não haverá desconto na conta de energia neste ano e algumas capitais já reajustaram ônibus a maior parte das cidades retirou os aumentos no ano passado por conta da onda de protestos.

Em fevereiro, o grupo educação foi o destaque da inflação, com alta de 5,97%, puxada pelo reajuste de 7,64% dos colégios que sazonalmente é apurado pelo IBGE em fevereiro. Segundo o IBGE, a educação foi responsável por 0,27 ponto percentual da inflação no mês. "À exceção de Fortaleza, que não apresentou aumento em virtude da diferença da data de reajuste [das mensalidades], nas demais regiões os cursos situaram-se entre os 3,45% registrados na região metropolitana de Porto Alegre e os 11,72% do Rio de Janeiro", informou o instituto.

O custo da educação infantil subiu 11,36%, enquanto o do ensino fundamental aumentou 10,01%. A inflação das mensalidades do ensino médio subiram 10,01%. Apesar das altas, o reajuste médio dos cursos regulares neste ano (4,86%) foi menor do que o observado em fevereiro do ano passado (7,57%).

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Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, a pressão do grupo educação é pontual. "O resultado está concentrado em fevereiro e sofre pouca alteração ao longo do ano", disse. Sozinhos, os itens de educação foram responsáveis por 0,27 ponto percentual do IPCA, o que corresponde a pouco mais de um terço do índice. O peso na inflação de fevereiro, segundo a coordenadora do IBGE, só não foi maior por conta do recuo das passagens, da moderação do preço dos alimentos e da deflação de vestuário e da queda das passagens aéreas.

Os alimentos registraram uma inflação de 0,56% em fevereiro. Apesar de ser menor do que a observada em janeiro (0,84%), a taxa do grupo alimentação teve o segundo maior impacto no IPCA de fevereiro.

Também tiveram altas expressivas e mais intensas do que em janeiro os grupos de artigos de residência (1,07%) -- puxado pelo dólar, pois a categoria inclui muitos produtos importados, e pelo fim do IPI reduzido para móveis e eletrodomésticos-- e habitação (0,77%), sob impacto de aumentos maiores de aluguéis, condomínio e energia elétrica no Rio e em Vitória.

Já os alimentos ajudaram a segurar a inflação, com uma alta menor em fevereiro --de 0,56%, em decorrência da queda de importantes itens como batata (-9%), feijão (-4,45%) e leite (-3,65%). Outros produtos, porém, se mantiveram com preços em alta, como tomate (10,70%) e hortaliças e verduras (11,60%), por conta do clima desfavorável. A alimentação fora de casa também passou a custar mais caro e subiu 1,21% em fevereiro.

Deflação

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Dois grupos que integram o IPCA registraram deflação em fevereiro: Transportes registraram variação negativa de 0,05% nos preços no mês, enquanto Vestuário teve variação negativa de 0 40%.

No grupo Transportes, o item passagens aéreas registrou um recuo de 20,55% nos preços em fevereiro, o que resultou no item de maior impacto negativo para a taxa do IPCA do mês, com contribuição de -0,12 ponto porcentual. As tarifas dos ônibus interestaduais também ficaram mais baratas com queda de 0,83% nos preços. Por outro lado, houve aumento no ônibus urbano, de 1,29%, em função do reajuste na região metropolitana do Rio de Janeiro. Também houve alta de 0,53% nas tarifas dos ônibus intermunicipais, devido a reajustes em Vitória, Porto Alegre e Goiânia.

Quanto aos combustíveis, o litro do etanol ficou 1,87% mais caro em fevereiro, enquanto a gasolina subiu 0,04%. No grupo Vestuário, que passou de queda de 0,15% em janeiro para redução de 0,40% em fevereiro, houve registro de promoções nos artigos de vestuário.

O índice

O IPCA tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos. Desde junho de 1999, é o índice utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação, sendo considerado o índice oficial de inflação do país.

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Inflação para famílias com renda mais baixa fica em 0,64%

A inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), fechou fevereiro em 0,64%. A taxa é inferior à observada pelo IPCA, que mede a inflação para todas as faixas de renda e que foi 0,69% em fevereiro. No entanto, o índice é ligeiramente superior ao observado pelo INPC em janeiro (0,63%).

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira também pelo IBGE, os produtos alimentícios tiveram aumento de preços de 0,39% em fevereiro. A taxa é inferior à registrada em janeiro (0,86%).

Já a inflação dos não alimentícios subiu de 0,53% em janeiro para 0,75% em fevereiro. O maior INPC de fevereiro foi observado na cidade do Rio de Janeiro (1,31%).