A inflação oficial no país alcançou 1,01% em novembro – o mais alto resultado para o mês desde 2002 – e elevou para 10,48% a taxa acumulada em 12 meses. É a primeira vez que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) supera a barreira dos dois dígitos em 12 anos, segundo o IBGE.
Os reajustes dos combustíveis e da energia elétrica pesaram mais no bolso do consumidor em novembro. Houve pressão também da valorização do dólar e dos estragos causados pela chuva sobre os preços dos alimentos. Mas os aumentos foram disseminados. O índice de difusão, que indica o porcentual de itens com aumento de preços, alcançou 76,9%, resultado recorde para o mês.
“Não é um processo que está concentrado num punhado de produtos, ele está bastante difuso. Do jeito que está hoje, com quase 80% dos itens com aumento, é um processo que contaminou praticamente tudo”, avalia Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central.
Diante da disparada de preços, economistas elevaram as expectativas de que o Banco Central reinicie em 2016 o ciclo de aumento na taxa básica de juros, que está a 14,25% ao ano desde julho.
A capital mais cara
A inflação acumulada em Curitiba nos últimos 12 meses ultrapassou os 12% em novembro (12,24%) e chegou a 11,31% no ano. É a inflação anual mais alta entre as 13 capitais pesquisadas.
Itens de alimentação, higiene pessoal e combustíveis estão entre os que mais pesaram para acelerar a inflação curitibana em novembro. O segmento de alimentação teve uma alta de 1,55% no mês, acumulando 11,69% no ano.
Também houve uma alta forte do etanol no mês, de 11,35%.