A inflação para as famílias brasileiras com renda entre um e 2,5 salários mínimos encerrou o primeiro semestre do ano com alta acumulada de 2,99%. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), os "vilões" do período foram o leite longa vida, com alta de 36,37%, a batata inglesa, que ficou 64,19% mais cara, e o cigarro, que subiu 21,81%.
Na passagem de maio para junho, no entanto, o Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1) perdeu força e recuou de 0,69% para 0,14%. A taxa do mês passado ficou um pouco acima da registrada para o conjunto da população, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-BR), que foi de 0,12%.
Em 12 meses, o IPC-C1 acumula alta de 4,35%, abaixo dos 4,87% registrados pelo IPC-BR fato que não ocorria desde dezembro de 2006. Essa diferença, segundo a FGV, foi influenciada pelos preços do feijão carioquinha (-42,24%), óleo de soja (-24,45%), tomate (-22,16%), feijão preto (-34,01%) e arroz branco (-15,24%), que juntos representam 3,12% do orçamento doméstico das famílias de baixa renda.
Grupos
No mês de junho, as maiores contribuições para o recuo da taxa do IPC-C1 vieram dos grupos habitação e despesas diversas, cujas taxas recuaram de 1,27% para -0,02% e de 7,15% para 0,24%, respectivamente. Destaque para o recuo das taxas dos itens tarifa de eletricidade residencial (de 2,79% para -2,61%) e cigarros (de 11,89% para 0,09%).
Também tiveram queda, na passagem do quinto para o sexto mês do ano, as taxas dos grupos vestuário (de 0,78% para 0,42%), saúde e cuidados pessoais (de 1,17% para 0,08%), transportes (de 0,00% para -0,03%) e educação, leitura e recreação (de -0,02% para -0,54%).
Apenas o grupo alimentos teve taxa de inflação maior em junho, de 0,31%, frente a uma variação de -0,08% no mês anterior.