A inflação para as famílias mais pobres acelerou em janeiro na comparação com o mês anterior, informou a Fundação Getúlio Vargas nesta quinta-feira (5).
O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda mensal de 1 a 2,5 salários mínimos (R$ 465 a R$ 1.162), subiu 0,72% em janeiro, após alta de 0,57% em dezembro.
De acordo com a FGV, essa é a maior taxa do IPC-C1 desde junho de 2008, quando o indicador subiu 1,29%.
Com o resultado de janeiro, o índice acumula alta de 6,68% no período de 12 meses, superando a inflação medida pelo IPC-BR, referente a famílias com ganhos entre 1 e 33 salários mínimos (R$ 465 e R$ 15.345), e que subiu 5,92% no mesmo período. Porém, o resultado de janeiro deste ano para o IPC-C1 não superou a taxa mensal do IPC-BR para o mesmo mês, que teve alta de 0,83%.
Os avanços de preços no grupo Transportes (de 1,28% para 2,21%), principalmente na taxa de elevação da tarifa de ônibus urbano (de 1,40% para 2,38%), foram determinantes para a taxa maior do IPC-C1 de janeiro.
De acordo com a FGV, quatro das sete classes de despesa apresentaram aumento mais intenso de preços, ou fim de deflação, de dezembro para janeiro. Além de Transportes, é o caso de Alimentação (de 0,55% para 0,63%); Vestuário (de -0,13% para 0,19%); e Educação, Leitura e Recreação (de 0,43% para 2,99%).
Os outros grupos apresentaram desaceleração de preços, no mesmo período. É o caso de Habitação (de 0,39% para 0,27%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,73% para 0,22%) e Despesas Diversas (de 0,53% para 0,20%).