Alta do preço das passagens aéreas puxou o grupo de transportes no indicador de setembro| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,39% em setembro, informou nesta terça-feira o IBGE. O resultado mostrou uma desaceleração frente a agosto, quando a taxa foi de 0,43%. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 9,57% — mantendo-se como a mais elevada desde dezembro de 2003 (9,86%), já que a taxa de setembro foi exatamente igual a do mesmo mês do ano passado. No ano, a alta de preços é de 7,78%, maior taxa para o período de janeiro a setembro desde 2003 (8,46%).

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Passagens aéreas (23,17%) e gás de botijão (5,34%) responderam por um terço da taxa do mês, com impacto de 0,13 ponto percentual e de 0,07 ponto percentual, respectivamente.

A elevação do preço dos bilhetes aéreos, o grupo transportes foi o que registrou a maior variação de alta, com 0,78% no mês. Outro destaque desse segmento foram as tarifas dos ônibus urbanos (0,65%) e os serviços de conserto de automóvel (1,08%).

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Já os preços do botijão de gás, que integra o grupo habitação (0,68%), subiram 5,34%, refletindo o reajuste de 15% que começou a vigorar no último dia 1º. A taxa de água e esgoto, do mesmo segmento, registrou alta de 1,59%. Na região metropolitana do Rio de Janeiro a elevação foi de 5,42%, por causa do reajuste de 9,98% que passou a valer em agosto. Artigos de limpeza (0,82%), aluguel residencial (0,60%) e condomínio (0,45%) também tiveram variação positiva.

Cai energia elétrica

A conta de luz, por outro lado, caiu 0,37% por causada das reduções na parcela do PIS/COFINS. A baixa ocorreu a despeito da alta de 6,83% registrada em Brasília, como reflexo do reajuste de 18,26% que passou a valer em 26 de agosto, e do 1,38% em Belém, devido ao reajuste de 7,47% em 7 de agosto.

O grupos despesas pessoais variou 0,51%, tendo como principal pressão o item empregado doméstico, que teve elevação de 0,62%, seguido por serviços bancários (2,02%) e cabeleireiro (1,04%), Já saúde e cuidados pessoais registrou elevação de 0,50%, com o plano de saúde ficando com uma taxa de 1,06%.

A meta de inflação estipulada pelo Banco Central é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para baixo ou para cima. A inflação acumulada nos nove primeiros meses do ano pelo IPCA-15 já está acima do teto da meta de inflação do governo, que é de 6,5%. Ainda que este não seja o índice oficial de inflação no país, apenas uma prévia do resultado do mês, os números mais uma vez reforçam a avaliação de que a meta não será cumprida este ano.

Pelo último Boletim Focus, que reúne as principais projeções das instituições financeiras, a inflação esperada para 2015 é de 9,34%. O IPCA de agosto ficou em 0,22%. Em 12 meses, chegou a 9,53% e, no ano, em 7,03%.

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A taxa do IPCA-15 é formada com base na coleta de preços situa-se entre os dias 15 do mês anterior e do mês de referência nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e no município de Goiânia.