O índice oficial de inflação utilizado pelo governo registrou em 2006 o menor resultado em oito anos. Segundo dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 3,14% no ano passado, abaixo do resultado de 2005 (5,69%) e o menor índice desde 1998 (1,65%).
Com isso, o Banco Central conseguiu cumprir a meta de inflação, que era de 4,5%, com folga, como já era previsto pelo mercado financeiro.
Segundo o IBGE, a redução na taxa foi determinada pela boa oferta de produtos agrícolas, a influência do câmbio e menores aumentos na energia elétrica, telefonia e combustíveis no ano passado.
"Com altas pontuais, 2006 evidenciou um histórico de convergência para a estabilidade de preços", diz o IBGE.
A inflação só não foi menor devido à pressão de itens como planos de saúde (12,30%), colégios (6,79%), tarifas dos ônibus urbanos (8,11%) e salários dos empregados domésticos (10,73%), acompanhando o reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 300,00 para R$ 350,00 (16,67%).
A região metropolitana de Belo Horizonte (4,96%) ficou com o maior índice em 2006, no entanto todas as regiões pesquisadas mostraram resultados abaixo dos de 2005. Curitiba teve a menor (2,5%). Em São Paulo, ficou em 2,63%.
Entre os produtos que se destacaram pela queda nos preços estão o feijão preto (-34,11%) e o leite em pó (-9,3%); aparelhos de TV, som e informática (-12,07%); artigos de limpeza (-2,29%) e telefonia fixa (-0,83%). Também ajudaram a alta de apenas 0,28% na energia elétrica e o aumento de 2,3% nos combustíveis, abaixo do índice geral.
O IPCA de dezembro (0,48%) teve variação acima do registrado em novembro (0,31%). As principais causas foram os aumentos no transporte público na região metropolitana de São Paulo. O grupo transportes atingiu 2,91% em São Paulo.
O INPC, índice utilizado nas negociações salariais e que também é calculado pelo IBGE, fechou o ano de 2006 com taxa de 2,81%.