Imagem ilustrativa.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/Arquivo
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O Banco Central revisou as estimativas de inflação, que passaram de 3,5% para 4,0% em 2024 e de 3,2% para 3,4% em 2025. Os dados constam do Relatório de Trimestral de Inflação divulgado pelo nesta quinta-feira (27). O aumento já havia sido previsto na  ata do Comitê de Política Monetária (Copom), justificando a interrupção da queda da taxa Selic em 10,5%.

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A inflação acumulada em 12 meses recuou de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio. No entanto, a maior inflação no resto do mundo e inflação de serviços mais alta do que o esperado podem  dificultar a manutenção da meta, fixada em 3% para 2024, 2025 e 2026, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo (1,5% a 4,5%).

 Segundo o relatório, fatores que podem ajudar na redução da inflação são a desaceleração do crescimento econômico global e maior redução da inflação no mundo devido à políticas monetárias restritivas.

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Nesta quarta-feira, o governo publicou o decreto que estabelece a sistemática de meta contínua para inflação a partir de janeiro de 2025. Com isso, o IPCA — índice oficial de inflação — deixará de ser medido a cada ano-calendário e passará a ser verificado continuamente.

PIB tem previsão aumentada

O BC também revisou a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2024 de 1,9% para 2,3%, após “surpresas positivas no primeiro trimestre”, como as arrecadações de impostos, consumo das famílias e investimentos correntes em ativos fixos.

Apesar da queda expressiva do nível de atividade local no RS no mês de maio, o relatório aponta que os esforços para a reconstrução do estado devem contribuir para o crescimento anual do PIB nacional e minimizar os impactos negativos no segundo semestre.

A notícia ruim diz respeito ao desempenho do setor da agropecuária que teve a projeção para a variação anual do setor reduzida de -1,0% para -2,0%. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a produção agrícola projetam a redução especialmente de soja e milho, pelos estragos nas lavouras do Rio Grande do Sul.

Já os resultados de serviços e indústria foram revisados para cima. Na indústria, a projeção subiu de 2,2% para 2,7%, enquanto no setor de serviços, 2,0% para 2,4%.

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Impacto financeiro no RS

O impacto financeiro que as enchentes trouxeram ao Rio Grande do Sul no mês de maio também foi mensurado no RTI. O efeito negativo atingiu todo estado, não as regiões mais atingidas pelas enchentes.

O número de empresas que receberam pagamentos por meio de cartão de debito ou Pix caiu 8,6% no das chuvas intensas. As vendas industriais do estado caíram 29,8% segundo dados de emissão de notas fiscais da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul (SEFAZ/RS).

O número de empresas que emitiram nota fiscal caiu 37% na primeira quinzena de maio, o período mais crítico das chuvas, em relação ao mesmo período de abril.

A projeção de produção de grãos no estado também foi afetada. Em maio, o IBGE reduziu em 5,4% sua estimativa para a produção de grãos no RS, enquanto a Conab reduziu em 4,2% sua projeção para a produção de grãos no ano-safra. Mesmo assim, IBGE e Conab ainda projetam crescimento da produção gaúcha de grãos em 2024, em 38,5% e 36,4%, respectivamente).