Planalto
Secretário diz que quadro é de "inflação benigna"
Estadão Conteúdo
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, comemorou o recuo da inflação para 0,42% em outubro. "Acreditamos que a inflação deverá ao longo do terceiro trimestre convergir para as metas estabelecidas para dezembro", comentou. "É um quadro de inflação benigna porque há menos pressões sobre os itens que compõem a cesta do dia a dia das pessoas."
De acordo com Holland, esse resultado favorável da inflação leva em consideração a variação do câmbio registrada há algumas semanas. Segundo ele, houve até mesmo alguma compensação das projeções de inflação de analistas de mercado, que consideravam uma inflação em outubro próxima a 0,48% e com uma taxa de câmbio mais elevada que a atual, ao redor de R$ 2,55. Ele acrescentou também que há uma avaliação de especialistas de que a alta dos combustíveis seria maior do que a realizada pela Petrobras.
Perguntado se agora, com a inflação menor, o brasileiro poderia voltar a comer carne, Holland disse que o cidadão sempre consumiu esse alimento e que agora a demanda está aumentando por causa das políticas sociais do governo, que têm promovido ganho real de renda à população em geral.
Recentemente, Holland esteve envolvido em polêmica, quando o preço da carne estava elevado, e sugeriu aos consumidores que substituíssem o produto por outras fontes de proteína, como frango e ovos.
As altas menos expressivas dos alimentos e dos transportes ajudaram a desacelerar a inflação oficial de outubro, mas o reajuste da gasolina e do diesel deve forçar o IPCA nos próximos dois meses e contribuir decisivamente para que o índice feche o ano acima do teto da meta (6,5%).
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É o que dizem analistas consultados pela reportagem, para quem, além do impacto da alta dos combustíveis de 3% para gasolina e 5% para diesel , a inflação em novembro e dezembro também terá reflexo da valorização do dólar, dos reajustes de energia e de um aumento do preço dos alimentos "in natura" típico de fim de ano.
O IPCA de outubro ficou em 0,42%, abaixo do verificado em setembro (0,57%) e também da projeção média dos analistas consultados pela Bloomberg para o mês passado, de 0,48%.
A despeito da desaceleração, o índice acumulado nos 12 meses encerrados em setembro atingiu 6,59%, variação que superou, pela quarta vez no ano, o teto da meta estabelecida pelo governo, mas que ficou abaixo da projeção dos analistas, de 6,66%.
Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, para cada 1% de reajuste de combustível na bomba, há impacto sobre o IPCA geral de 0,04 ponto percentual.
Repasse ao consumidor
O aumento divulgado na quinta pela Petrobras é na venda do produto pelas refinarias aos postos. O preço na bomba, cobrado do consumidor final, não é regulado. Ainda que não haja regra, o repasse gira entre 70% e 100% do reajuste dado na refinaria. No aumento de combustíveis do ano passado, no final de novembro, o porcentual foi repassado de forma integral ao consumidor. O analista da LCA Fábio Romão disse acreditar que isso se repita.
Ele calcula que, devido ao aumento, a inflação fechará este ano 0,5 ponto percentual acima do teto da meta, em 6,55%. Romão diz que o reajuste da gasolina tem impacto mais imediato e direto no IPCA do que o do diesel. A gasolina pesou 3,75% no IPCA de outubro, ante 0,14% do diesel, de acordo com o IBGE.
A alta da gasolina é diretamente perceptível pelo consumidor. Já o diesel tem seu aumento percebido de forma indireta e mais diluída entre outros produtos.
Pressão
Em Curitiba, taxa inflacionária acumula alta de 6,75% no último ano
Da Redação
A inflação medida pelo IPCA em Curitiba e região metropolitana desacelerou para 0,28% em outubro contra 0,49% no mês anterior, mas acumula alta de 6,75% em 12 meses, acima do índice nacional (6,59%). No acumulado do ano, de janeiro a outubro, a inflação na capital ficou em 5,31%. Em outubro, a média da capital paranaense foi a terceira menor entre as 13 capitais pesquisadas, atrás apenas do índice de Salvador (0,05%) e Recife (0,25%).
Os grupos de produtos e serviços que mais subiram em Curitiba foram alimentação e bebidas (0,60%), despesas pessoais (0,51%) e habitação (0,30%). A maior pressão veio dos gastos com alimentação em casa, que avançaram 0,90% em outubro.
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