O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou nesta quinta-feira (13) que a inflação deve permanecer elevada nos próximos dois anos, mas com tendência de recuo.
O BC já havia divulgado em dezembro, na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), projeções de inflação de 5,6% para 2014 e de 5,3% para 2015 - acima da meta de 4,5% estipulada pelo governo.
Em Curitiba para a apresentação do Boletim Regional do Banco Central, Araújo destacou que "o caminho para a prosperidade passa por taxas de inflação baixas e estáveis", e que o BC irá "enfrentar a inflação". O indicador, no entanto, está "elevado e ainda mostra resistência", de acordo com a instituição.
Araújo reiterou uma declaração dada recentemente à imprensa pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que afirmou que "os juros estão subindo porque precisamos enfrentar a inflação". "É isso. Precisamos derrubar a inflação", afirmou o diretor.
Crescimento
O Boletim Regional do BC, referente ao trimestre encerrado em novembro de 2013, também informou que a atividade econômica mostrou "recuperação" no final do ano passado.
O IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) cresceu 0,3% na comparação com o trimestre anterior, puxado especialmente pelas economias do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Araújo destacou a forte demanda doméstica e o declínio na taxa de desemprego, que atingiu 5,1% em novembro do ano passado.
A perspectiva para este ano, de acordo com o BC, é que o crescimento continue "em linha com o que tivemos no ano passado", disse Araújo, mas em níveis mais moderados, especialmente no consumo e no crédito.
"As estimativas de continuidade da expansão do setor primário e o cenário de melhora gradual no ambiente externo delineiam, para os próximos trimestres, perspectivas de continuidade do crescimento da atividade econômica", afirma o documento.