A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,86% em janeiro deste ano. A taxa é superior à registrada em dezembro (0,79%). Em janeiro de 2012, o IPCA havia ficado em 0,56%. Este é o maior índice mensal desde abril de 2005 (0,87%) e o mais elevado para meses de janeiro desde 2003 (2,25%).
Os dados foram divulgados hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o índice chega a 6,15%, acima dos 5,84% relativos aos 12 meses anteriores.
Alimentos sobem 1,99%
A principal contribuição para a alta da inflação de janeiro veio dos alimentos, cujos preços continuaram subindo. A taxa atingiu 1,99%, superando o resultado de 1,03% de dezembro. O grupo alimentação e bebidas teve impacto de 0,48 ponto percentual no índice e respondeu por 56% do IPCA.
Segundo o IBGE, problemas climáticos reduziram a oferta de vários produtos, ocasionando fortes aumentos de preços. Os destaques foram o tomate (26,15%) batata-inglesa (20,58%), cebola (14,25%), hortaliças (10,86%) e cenoura (9,83%). Também cresceram os preços do frango (4,75%) e das carnes (1,16%), importantes itens na cesta de consumo das famílias.
Transportes
O grupo transportes subiu 0,75% em janeiro, repetindo a taxa de dezembro. Ainda assim, a taxa ficou pressionada devido ao aumento de 1,41% de automóveis novos, com a retirada gradual do desconto do IPI reduzido. Também puxou a taxa do grupo para cima as altas de ônibus intermunicipais (2,84%).
Embora ainda com preços em expansão (de 5,15%), as passagens áreas aumentaram menos do que em dezembro (17,2%) e contribuíram para conter a elevação do índice do grupo transportes.
CigarrosOs cigarros ficaram 10,11% mais caros em janeiro, o que fez o item registrar o principal impacto sobre o IPCA no mês. A alta, causada pelo aumento no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), resultou em uma contribuição de 0,09 ponto porcentual para a taxa de 0,86% do IPCA de janeiro.
O item puxou a alta de 1,55% no grupo Despesas Pessoais no período, o segundo maior impacto de grupo sobre o IPCA de janeiro, embora tenha desacelerado em relação à taxa de dezembro quando ficou em 1,60%. Ainda no grupo Despesas Pessoais, os gastos com empregados domésticos desaceleraram de 0,82% em dezembro para 0,58% em janeiro.
EnergiaAs contas de energia elétrica já ficaram 3,91% mais baratas para o consumidor em janeiro, refletindo parte da redução de 18% no valor das tarifas em vigor desde o último dia 24, segundo o IBGE. Como resultado, o item exerceu o principal impacto negativo sobre a taxa de 0,86% do IPCA de janeiro, o equivalente a -0,13 ponto porcentual.
O peso da tarifa de energia elétrica para a formação do IPCA é de 3,33%. Além de ajudar a conter o IPCA, o item energia elétrica fez as despesas com o grupo Habitação recuarem 0,20% em janeiro, apesar dos aumentos no aluguel residencial (1,56%), condomínio (1,18%) e mão de obra para pequenos reparos na residência (0,70%). Em dezembro, o grupo Habitação registrou alta de 0,63%.