Atualizado em 06/10/2006, às 18h53
A inflação de setembro subiu mais que o esperado, mas ainda acumula a menor taxa no ano desde 1998. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que orienta as metas de inflação do governo, teve alta de 0,21% no mês passado, acima dos 0,05% de agosto.
De janeiro a setembro deste ano, no entanto, o índice acumula alta de 2%, resultado bem menor que o de igual período do ano passado (3,95%) e o mais baixo desde 1998, segundo o IBGE. Nos últimos 12 meses, a taxa acumulou 3,70%, a menor desde 1999 e abaixo do centro da meta de inflação do Banco Central de 4,5% para 2006.
Segundo o último levantamento semanal feito pelo Banco Central, o mercado esperava que IPCA ficasse em 0,16% em setembro.
Apesar da alta acima da expectativa, economistas avaliam que a inflação não preocupa e apostam em continuidade da redução dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que usa o IPCA para balizar suas decisões .
- Não esperamos surpresas para os próximos meses, indicando que os números serão cada vez menores, rondando a casa dos 3% - disse Eulina Nunes, coordenadora do Sistema de Índice de Preços do IBGE.
Eulina explicou que a aceleração foi provocada por fatores isolados, como aumento dos preços dos cigarros (2,72%), vestuário (0,46%) e empregados domésticos (1,97%). As taxas de água e esgoto também tiveram aumento de 1,89%.
Ítens importantes na composição do IPCA apresentaram queda ou em relativa estabilidade em setembro. A gasolina teve ligeira queda de 0,05% e o litro do álcool ficou 3,76% mais barato. Os preços de alimentos continuaram em relativa estabilidade, com ligeira alta de 0,08%.
Para Solange Srour, economista-chefe da Mellon Global Investments Brasil, a alta surpreendeu o mercado, mas não preocupa porque se deve a fatores pontuais como a alta do ítens de vestuário, reajustados por causa da entrada de novas coleções.
- Os fatores são muito pontuais. A parte de (preços dos) serviços, que é a que mais preocupa, está muito tranqüila - avaliou.
A expectativa da economista é de que o índice acumulado do ano fique ligeiramente abaixo do 3%, dentro da margem de erro da expectativa do governo, que é de dois pontos percentuais para baixo ou para cima do centro da meta (4,5%).
A economista lembra que a única possibilidade de a inflação ficar abaixo dos 2,5% em 2006 é se houver uma redução dos preços da gasolina pela Petrobras, o que considera pouco provável.
O IPCA mede a variação dos preços para famílias com renda de até 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também calculado pelo IBGE e que se refere ao aumento dos preços para o perfil de consumo das famílias com renda de um a seis salários mínimos, teve alta de 0,16% em setembro, acima do resultado de agosto (-0,02%).
O índice, que acumula alta no ano de 1,43%, é mais influenciado pela valorização do real.
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