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Preços

Inflação vem abaixo do esperado, mas volta a superar meta

A gasolina foi a principal fonte de pressão sobre a inflação em setembro. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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A inflação medida pelo IPCA subiu 0,26% em setembro, informou nesta quarta-feira (11) o IBGE. Embora tenha se acelerado pela terceira vez consecutiva (em julho a inflação subiu 0,12% e em agosto, 0,23%), o índice veio abaixo das expectativas do mercado financeiro.

As medianas das projeções coletadas pelos serviços Broadcast e Valor Data eram de 0,33% e 0,32%, respectivamente.

Com o índice de setembro, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 5,19% voltou a superar o teto da meta perseguida pelo Banco Central. O BC busca um índice de 3,25%, com tolerância de até 4,75%. A inflação em 12 meses estava abaixo desse limite máximo desde março.

A ultrapassagem do teto também era esperada pelo mercado. As previsões mais recentes coletadas pelo boletim Focus, do BC, indicam que bancos e consultorias aguardam uma desaceleração para os próximos meses, fazendo o IPCA fechar o ano pouco abaixo de 4,9%.

Gasolina foi o item que mais pesou sobre a inflação em setembro

A principal fonte de pressão sobre a inflação em setembro foi a gasolina, que ficou 2,8% mais cara, ainda repercutindo o reajuste promovido pela Petrobras em agosto. Sozinho, o combustível respondeu por 0,14 ponto percentual do IPCA no mês. O diesel, que tem peso menor na composição do índice, subiu ainda mais (10,1%).

"O movimento indica que os combustíveis se mostram atualmente como uma das principais fontes de inflação do país, algo que se torna preocupante quando levada em consideração a conjuntura internacional desafiadora", diz o economista Matheus Pizzani, da corretora CM Capital.

Segundo ele, os números do IPCA sustentam um cenário de manutenção de cortes de 0,5 ponto na taxa básica de juros (Selic) a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Pizzani prevê que o ritmo de queda da taxa ficará assim até o primeiro semestre de 2024, tendo em vista o ambiente de desinflação lenta e o cenário externo adverso.

O economista Alexandre Maluf, da XP Investimentos, vê nos dados de setembro do IPCA "uma composição bastante benigna". Ele destaca a continudade da desinflação dos chamados "serviços subjacentes", cujos preços são menos voláteis.

"Houve uma descompressão bastante disseminada da inflação corrente. Anima ver esses dados, embora a gente ache que não rompem aquela barra alta que o Banco Central vem dizendo, de que precisaríamos ter uma surpresa muito grande no IPCA para acelerar o ritmo de corte dos juros", afirma o analista.

Relatório do banco Bradesco também chama atenção para a menor pressão inflacionária dos serviços subjacentes, como a alimentação fora do domicílio.

Para o banco, o resultado do IPCA foi "qualitativamente melhor do que o esperado". "Nossa projeção de 4,8% [para a inflação ao fim do ano] possui viés de baixa. Para 2024, nossa expectativa segue em 3,6%", diz o texto.

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