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O governo federal quer fortalecer a Infraero e transformá-la em uma parceira para investidores privados que entrarem no setor, mesmo levando adiante a ideia de um regime de concessão dos principais aeroportos do país, disse uma fonte do governo que trata diretamente do tema.

Pelos planos do governo, a Infraero fortalecida, saneada, e com sua engenharia reforçada, teria papel semelhante ao da Eletrobras no setor elétrico: o de induzir investimentos privados. No processo está incluída também a abertura de capital da empresa, prevista para ocorrer em até três anos.

A Infraero poderia entrar como sócia de empresas privadas em futuros projetos de concessão de aeroportos, assim como a Eletrobras e suas subsidiárias se associam ao setor privado em projetos como as hidrelétricas do Rio Madeira (RO).

A intenção do governo é manter sob a responsabilidade da Infraero alguns aeroportos estratégicos, que gerem caixa mas sem capacidade adicional de expansão, segundo a fonte.

Outra medida em análise seria a transferência de ativos da União para a Infraero. Apesar de operar os principais aeroportos do país, a estatal não é dona dos ativos, que são todos do governo federal, afirmou a fonte, que pediu anonimato.

Aeroporto de Guarulhos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá concluir nos próximos dias a análise econômica e financeira que embasará a concessão parcial do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A expectativa da fonte do governo é que o edital possa ser lançado até o final do ano.

No caso de Guarulhos, a tendência é que seja feita uma concessão do tipo comercial.

O vencedor do leilão investiria na construção de um terminal e de um pátio novos. Em troca, poderia explorar os serviços e o comércio dentro do aeroporto. As tarifas aeroportuárias continuariam indo para a Infraero. "Ele ficaria com tudo que não é tarifário, como o comércio, serviços, estacionamento", disse a fonte.

Melhoria na gestão

Ciente de que precisa ampliar a capacidade dos aeroportos para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, o governo vai apostar, no curto prazo, em soluções de gestão nos terminais.

No mês que vem, por exemplo, devem ser inauguradas nos aeroportos de Guarulhos e de Brasília "salas de situação" --para monitoramento em tempo real de pontos críticos como os check-ins, salas de embarque e pista.

As imagens serão acompanhadas por representantes das companhias aéreas, Infraero, Receita Federal, Polícia Federal e órgãos reguladores, com poder para deliberar, de imediato, soluções para pequenos problemas.

Até o final do ano, deve ser implementada o check-in compartilhado em Guarulhos e Brasília. A ideia é fazer com que os pontos de atendimento não sejam mais privativos de uma ou outra companhia aérea, mas que possam ser usados entre elas conforme a necessidade de atendimento.

"Podemos ganhar até 30 por cento de capacidade com algumas mudanças", disse a fonte do governo.

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