| Foto: Divulgação

, A infraestrutura do Porto de Para­naguá está no limite e depende de licenças ambientais para melhorar. É o que diz o superintendente da Appa, administradora do terminal, Mário Lobo Filho. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele diz que a Appa tem mais de R$ 400 milhões em caixa, e que o gargalo não é fi­­nanceiro. Por outro lado, Lobo Fi­­lho, no cargo há um mês, diz que a logística existente hoje no terminal é "suficientemente flexível".

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O porto hoje opera no limite, com infraestrutura esgotada, mas, por outro lado, está financeiramente saudável. Qual é a prioridade nas obras?

Primeiro deve ser feita a reforma do cais a oeste. Não dá para aprofundar o cais naquele local antes de uma reforma. Ele é muito antigo, e se mexer desaba. A outra obra prevista é a construção do novo silo público vertical, para duplicar a capacidade de armazenagem do corredor de exportação. Com ele será possível dar uma vazão maior ao modal terra, que chega por trem ou caminhão. Por mais que não aumente o número de berços do corredor, isso já dá um refresco para a logística.

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Há prazo para o início das obras?

A licitação das duas está pronta, em fase de homologação. A questão agora é de licenciamento ambiental. No cais deve haver questões ambientais complicadas de se resolver. Já no silo será mais fácil. Existe consenso de que as obras em terra são de responsabilidade do órgão estadual [o IAP], o que torna mais simples a liberação, ja que não é necessário o exame da água, por exemplo. As obras do silo devem caminhar mais rápido, mas não posso estipular um cronograma até porque sempre ocorrem muitos imprevistos.

Há novidades em relação à compra da draga?

Continuamos aguardando a sentença judicial sobre a disputa da licitação. A única novidade é que estamos focando a contratação para fazer uma dragagem de berço. Os berços estão com muito sedimento. Então, é preciso fazer uma limpeza, um tipo de raspagem. Não é uma obra muito cara, e ajudará muito nas operações. Como está agora, às vezes o navio precisa esperar a maré alta para operar a carga ou a descarga.

Isso seria feito com equipamento próprio ou seria preciso contratar uma operação de dragagem?

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Precisa ser contratado porque são dragas menores, mais específicas. A draga que desejamos comprar não é adequada, é muito grande e acaba atrapalhando o canal. O que precisamos neste momento é uma operação mais simples e mais barata. Sobre o cronograma, ele também é afetado pela licença ambiental, porque é preciso definir onde este sedimento vai ser liberado.

O senhor é a favor da compra da draga?

Sou a favor do conceito de se ter uma draga. A operação deve ser administrada por uma estatal ou uma parceria público-privada e, eventualmente, pode-se gerar renda prestando serviços para outros portos.

Sobre o terminal de álcool, que foi novamente embargado, o senhor acha que foi uma boa ideia construí-lo?

Acho que foi, porque os terminais privados que existiam na região não davam muita prioridade para o álcool, entre as várias mercadorias que eles operavam. O álcool é importante para o setor produtivo paranaense. A Alcopar dá muita importância ao terminal. Eu acho que no fim a gente vai caminhar para o estabelecimento de uma parceria com eles, ou uma PPP, ou ainda um arrendamento.

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