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Ingerência política de estatal preocupa setor

O aumento da participação da Petrobras no mercado de etanol pode ser prejudicial ao setor sucroalcooleiro caso interferências políticas se sobreponham a questões econômicas, avaliaram ontem participantes do 10.º Congresso Brasileiro do Agronegócio. A meta da Petrobras é ter 12% do mercado de etanol até 2015. O diretor do Centro Brasileiro de Infra­estrutura (CBIE), Adriano Pires, disse que a influência política do governo dentro da Petrobras pode levar a um cenário diferente do estimado. "Veja o que está acontecendo neste momento, com a empresa registrando fortes perdas em função de uma política para controlar a inflação", exemplifica.

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, afirma que existem outras petroleiras no mercado de etanol e a Petrobras é apenas uma delas. Mas Jank considera preocupante o fato de a Petrobras sofrer influência política do governo para assuntos que não sejam de cunho econômico. "O problema não é a Petrobras como empresa, que possui técnicos competentes, mas com ações que não sejam ligadas a questões econômicas dos combustíveis", diz.

Na avaliação de Pires, o ministro da Fazenda também não poderia ocupar o cargo de diretor-presidente do conselho de administração da Petrobras. "É uma situação que cria mais problemas. Veja como o plano de investimentos demorou para ser aprovado até se adequar aos parâmetros do governo", disse. E, dentro do ambicioso plano da Petrobras para o petróleo, Pires vê o perigo de os biocombustíveis acabarem desaparecendo. O executivo cita a questão do biodiesel, que teria o aumento da mistura de 5% para 10% adiado também por motivos inflacionários, já que o biodiesel é mais caro que o diesel, atualmente com preço fixo.

O diretor do CBIE diz que sua crítica não é em relação ao investimento em si, mas ao "costume existente no governo de usar a Petrobras como instrumento de política econômica para controlar preços e até de política eleitoral, para eleger governadores, senadores, deputados", disse.

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