O ingresso de recursos de investidores estrangeiros no Brasil para aplicação no mercado acionário somou US$ 8,76 bilhões em outubro, até o dia 23, informou nesta sexta-feira (23) o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
Se confirmado para todo o mês, este será o maior valor de toda a série histórica da instituição, que tem início em 1947, informou o BC. Em setembro, a entrada somou US$ 3,98 bilhões.
Altamir Lopes observou que este forte ingresso foi influenciado pelo lançamento de ações do Santander, que ocorreu no início deste mês.
"Os ingressos são expressivos fundamentalmente para o mercado acionário. Isso decorre do comportamento da economia e da expectativa dos investidores. A bolsa brasileira se tornou bastante atrativa e não seria diferente com relação ao capital estrangeiro. O resultado também reflete a retomada dos lançamentos de ações", disse Lopes.
Além disso, o chefe do Departamento Econômico do BC informou que também houve a aquisição, no exterior, de US$ 4,3 bilhões em recibos de papéis brasileiros - o que também representa o maior valor da série histórica do BC, que começa em 1947. Juntos, os ingressos no país para a bolsa de valores, e as aquisições no exterior, totalizaram US$ 13,02 bilhões - também o valor mais alto da série da autoridade monetária.
Segundo o Banco Central, os recursos também continuaram ingressando no Brasil, em outubro, para investimentos em renda fixa. Neste mês, até o dia 23, o ingresso somou US$ 1,58 bilhão, contra US$ 2,87 bilhões em todo o mês de setembro.
Os forte ingresso de recursos no país aconteceu, em sua grande parte, antes do anúncio de taxação do capital externo, destinado à operações financeiras, com uma alíquota de 2% de Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). A medida foi anunciada na última segunda-feira (19) e começou a valer na terça-feira (20).
Lopes, do Banco Central, disse que é preciso esperar para ver qual será o impacto da medida sobre os fluxos de recursos. Nesta quinta-feira (22), o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, a revogação da medida.