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A idéia do Clube Atlético Paranaense (CAP) de se aliar aos ambulantes para reconquistar o consumidor popular já serve de modelo para outros clubes. O Internacional (do Rio Grande do Sul) e Figueirense (de Santa Catarina) já procuraram a Sublipar, fornecedora das camisas do Atlético tanto para as lojas quanto para os ambulantes, para criar a linha popular licenciada. Graças à iniciativa, o clube também foi premiado pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), em cerimônia no início de dezembro, em Brasília

O caminho do Atlético para chegar à idéia da camisa popular começou da forma tradicional. O clube contratou uma empresa especializada para monitorar a atividade dos piratas e entrar com ações indenizatórias para tentar minimizar as prejuízos. Observando o funcionamento do mercado negro, o CAP percebeu que o maior problema era a atitude dos próprios consumidores, que buscavam produtos mais baratos.

Agora, com a linha popular licenciada, o torcedor do Atlético tem três opções. Ele pode comprar a camisa oficial a R$ 133, que segundo a assessoria do clube tem este preço alto pela qualidade do material. A segunda opção é comprar a linha licenciada vendida nas lojas, as chamadas camisas de passeio, cujo preço médio é de R$ 60. Por fim, o torcedor pode ainda comprar a versão licenciada do ambulante, que tem qualidade inferior à vendida na loja, mas preço semelhante aos produtos pirateados, R$ 30.

A política não trouxe benefícios apenas ao clube e ao torcedor. A ambulante Sandra Regina da Silva comemora a iniciativa com mais dinheiro no bolso. "Agora posso trabalhar com mais tranqüilidade", diz. Vendedora de camisas do clube há seis anos, Sandra viu o faturamento dobrar depois que chegaram as camisas populares com o selo do Atlético, e está ansiosa para a chegada de três novos modelos.

Apesar das conquistas, o trabalho de combate à pirataria continua. "Já percebemos uma redução significativa nas apreensões", diz Felipe Meirelles, advogado contratado pelo clube. A maior apreensão deste ano foi a desta semana, com mais de 2 mil peças de produtos falsificados com a marca Atlético. Agora, além de monitorar a empresa, que está sujeita a multa diária de R$ 1 mil em caso de reincidência, o clube vai convidar a fábrica para trabalhar na legalidade, produzindo itens licenciados.

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