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Bolsas

Injeção de liquidez dos BCs anima mercado e Europa fecha em alta

O anúncio de uma ação coordenada dos grandes bancos centrais mundiais para reforçar o fornecimento de liquidez em dólares ao mercado financeiro animou os mercados nesta quinta-feira (15) e possibilitou mais um fechamento em alta das principais bolsas europeias. Londres encerrou o dia com ganhos de 2,11%, Paris +3,27%, Frankfurt +3,15%, Madri +3,63% e Milão +3,56%.

Em uma ação coordenada, os grandes bancos centrais do planeta decidiram reforçar a concessão de liquidez em dólares ao mercado financeiro, anunciou nesta quinta-feira (15) o Banco Nacional Suíço (BNS).

Às 11h de Brasília, o euro valia US$ 1,3889, em forte alta com relação aos US$ 1,3750 dólar registrado na quarta-feira (14), às 18h de Brasília.

Seguindo o otimismo europeu, a Bolsa de Nova York também abriu em alta, apesar de estatísticas decepcionantes nos Estados Unidos, com o Dow Jones a +0,44% e o Nasdaq em +0,86%.

As principais bolsas asiáticas também fecharam com ganhos, de 1,76% em Tóquio, e de 0,71% em Hong Kong.

Injeção de liquidez

A iniciativa é coordenada pelo BNS, pelo Banco da Inglaterra, pelo Banco do Japão, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), informou a instituição suíça em um comunicado. O anúncio provocou um movimento de alta nas bolsas europeias, que também se reflete em Wall Street.

Os BCs disponibilizarão para os bancos liquidez em dólares em troca de garantias, a um prazo de três meses, para cobrir as necessidades de financiamento além de 31 de dezembro deste ano. As operações terão uma taxa fixa e volume ilimitado.

As três operações de refinanciamento se unirão às efetuadas com prazo de uma semana, também em dólares, ativadas em maio de 2010, anunciou o BCE.

As operações acontecerão nos dias 12 de outubro, 9 de novembro e 7 de dezembro, segundo o calendário do BCE.

As bolsas europeias já haviam retomado o otimismo na quarta-feira (14), após o respaldo franco-alemão à permanência da Grécia na Zona Euro e do apoio de Bruxelas aos eurobônus, à espera do início de uma reunião informal de dois dias dos ministros de Finanças do bloco, a ser realizada na Polônia.

"O sentimento tem melhorado nitidamente desde as declarações tranquilizadoras (feitas na quarta) de (Angela) Merkel e (Nicolas) Sarkozy", disse o analista do banco Rabobank, em Londres, Jane Foley.

França e Alemanha disseram na quarta-feira que estão "convencidos" de que o futuro da Grécia está na Zona Euro, após o primeiro-ministro grego, George Papandreou, manifestar sua "absoluta determinação" com os compromissos adotados em relação ao resgate financeiro de seu país, disse a presidência francesa após a teleconferência entre os três líderes.

A conferência, agendada devido à forte volatilidade pela qual passam os mercados financeiros diante da possibilidade de quebra da Grécia, ajudou a trazer otimismo ao mercado na quarta-feira.

Ao mesmo tempo, Sarkozy e Merkel reiteraram à Grécia que, se não for cumprido o rigoroso programa de cortes e privatizações que visam a redução do déficit e da dívida pública, o país não continuará recebendo os fundos de um primeiro plano de resgate acordado no ano passado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional. Esse plano, de 110 bilhões de euros, evitou a quebra de Atenas.

Investidores mantêm cautela

Na contramão da euforia, novos dados macroeconômicos da Zona Euro indicam continuidade da cautela por parte dos investidores. A comissão europeia revisou para baixo suas previsões de crescimento para os países da Zona Euro nos dois últimos trimestres (a +0,2% e 0,1%). Ao mesmo tempo, o organismo confirmou sua previsão anual de 1,6%.

Os mercados aguardam agora a reunião dos ministros das Finanças que tem início nesta quinta-feira à noite na cidade polonesa de Wroclaw, destinada a eliminar os obstáculos para a aplicação do segundo plano de ajuda da União Europeia à Grecia.

Os ministros se pronunciarão também sobre um acordo de princípio alcançado nesta quinta-feira para endurecer o Pacto de Estabilidade e a disciplina orçamentária comum frente à crise da dívida.

O novo dispositivo, proposto pela Comissão Europeia, prevê sanções financeiras para os países que permitam que seus déficits fiquem acima do limite fixado em 3% do Produto Interno Bruto (PIB), e mecanismos para aplicá-las de uma maneira mais rápida e eficaz.

A reunião deverá abordar também a questão dos eurobônus, um mecanismo de mutualização das dívidas entre países da Zona Euro apresentado por seus promotores como a única maneira de solucionar a crise de forma duradoura, que já foi respaldada pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso.

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