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Pesquisa e desenvolvimento

Inovação tipo exportação, mas com DNA curitibano

O novo March teve grande influência da sede brasileira da montadora | Divulgação
O novo March teve grande influência da sede brasileira da montadora (Foto: Divulgação)
Centro voltado a processos de inovação inaugurado pela Electrolux |

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Centro voltado a processos de inovação inaugurado pela Electrolux

Lançamentos de produtos inéditos e investimentos em avançados centros de pesquisa e desenvolvimento previstos para o início deste ano devem reforçar a percepção de Curitiba como cidade que reúne empresas e áreas voltadas à inovação frente a mercados internacionais.

É claro que a cidade não chega aos níveis de Cupertino ou Mountain View – cidades norte-americanas que são sedes da Apple e do Google, respectivamente –, mas companhias de destaque na América Latina têm em Curitiba parte importante da idealização de novos produtos e de suas possíveis abordagem com os mercados-alvo.

Um dos exemplos é a Electrolux, que mantém na região o seu centro de design para a América Latina. É lá que os 40 designers da empresa estudam e planejam boa parte do visual de seus novos produtos, combinando informações de consumidores, dados de mercado e também a inspiração vinda de workshops e palestras sobre temas diversos. Neste mês o centro ganhou um estúdio de realidade virtual para auxiliar os profissionais no processo de criação final dos produtos.

"O que buscamos é o ‘fator uau’, aquilo que leva o consumidor a se surpreender com o produto e enxergar a sua diferença em relação a quase tudo que já viu", diz Luís Fernando Zeni, gerente de Design da Electrolux. Ele conta que a criação de produtos geralmente parte da área de Consumer Insights (percepções do consumidor), que diagnostica pontos que poderiam ser favoráveis junto aos clientes. Isso é colhido por meio de grupos de foco e reuniões com a apresentação de protótipos e produtos a consumidores selecionados. Munidas dos relatórios sobre essas atividades, áreas como engenharia, design e marketing já começam a trabalhar para tentar colocar os desejos do cliente no papel e, na sequên­­cia, nas lojas.

O caminho é semelhante ao seguido pela Positivo Informática em suas criações. De acordo com o diretor de Tecnologia, Luiz Mariano Júlio, a empresa tem equipes voltadas ao acompanhamento de inovações mundiais do mercado de computação e à observação constante de seus consumidores.

"Vamos desde a sondagem mais básica, pensando em inovações tecnológicas, até a análise da sociedade, tentando compreender seus movimentos e desenhar produtos em cima disso", diz Mariano. Ele conta que parte desses processos é acompanhada por engenheiros, analistas de tecnologia e matemáticos. Em uma fase posterior, voltada especificamente aos consumidores, há um laboratório de viabilidade do produto, no qual psicólogos estudam as reações do cliente frente às tecnologias.

O objetivo, explica Mariano, é fugir da "commoditização" das máquinas. "Um computador é um computador, claro, mas cada modelo pode trazer detalhes importantíssimos, como diferentes plataformas, recursos, resoluções."

Tiago Castro, responsável pelo projeto do compacto March na Nissan, cuja sede brasileira fica na Região Metropolitana de Curitiba, ressalta a importância da participação das áreas de marketing no desenvolvimento dos produtos. Conforme ele explica, esse departamento acompanha as novidades deste o começo do processo – que na indústria automobilística pode chegar a mais de 30 meses. "A atuação do marketing é fundamental, já pensando em entregar algo novo ao consumidor, e também na maneira que isto, este posicionamento, será feito junto ao mercado", explica Castro.

Realidade virtual

A Electrolux inaugurou neste mês um centro voltado a processos de inovação aplicada aos seus produtos da linha branca. O Studio é ligado à área de design da companhia, que tem suas operações para a América Latina centralizadas em uma das unidades que a empresa mantém em Curitiba.

De acordo com Luís Fernando Zeni, gerente de Design da Electrolux, o local servirá para auxiliar as criações em torno do layout de produtos feitos pela companhia. Para isso, o centro conta com uma sala de realidade virtual, que funciona com projeções de protótipos em três dimensões (3D). A empresa não revela o investimento feito no projeto.

"As tecnologias adotadas pelo estúdio permitem uma imersão total no produto, que pode ser visualizado pelos nossos profissionais, pensando em aperfeiçoamentos, alternativas e ajustes", afirma Zeni. Segundo ele, a tecnologia é semelhante à utilizada por empresas de aeronáutica e montadoras de automóveis. As primeiras atividades do centro de design foram iniciadas há cerca de seis meses, mas o Studio ainda não foi lançado de forma oficial no mercado.

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