Apesar do aumento registrado ano após ano nas compras online, a desconfiança dos internautas sobre a segurança empregada nos sites de comércio eletrônico ainda é grande. Em uma enquete realizada durante a semana passada na Gazeta do Povo Online (www.ondarpc.com.br), 76% dos usuários disseram que não se sentem completamente seguros ao fornecer seus dados para adquirir um produto ou serviço pela internet.

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E os motivos para tamanha falta de confiança são vários. Medo que a mercadoria não seja entregue, que seus dados sejam usados para outras finalidades, que o número de cartão de crédito seja roubado ou ainda que algum hacker esteja monitorando sua máquina atrás de informações bancárias. Um destes itens foi um dos fatores que levaram a advogada Tahyana Gomes a mudar de opinião quanto à segurança das compras via web. Em maio do ano passado, a advogada comprou um aparelho de som automotivo através de um site de leilões. Fez o pagamento e esperou pelo produto que nunca veio. Para piorar, os dados do vendedor eram de outra pessoa. "Depois dessa eu não compro nunca mais", desabafa.

O caso, porém, teve um desfecho que agradou parcialmente a compradora. Ela entrou com um processo contra o site de leilão e obteve na justiça o direito de receber seu dinheiro de volta. "Eles falaram que agora não posso mais comprar no site deles. Por mais que pudesse, não iria comprar" sentencia.

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Para evitar estes tipos de transtornos, a secretária executiva Cláudia Aparecida Domakowski Félix nunca se aventurou pelas compras online. Além de não se sentir segura, Cláudia é do tipo que prefere comprar pessoalmente. "Me sinto mais segura quando sei que do outro lado tem alguém que possa esclarecer todas as minhas dúvidas. Posso anotar o nome da pessoa com quem falei e reclamar diretamente se algo não der certo", afirma. Mas será que a secretária resistiria a uma super-promoção na internet? "Prefiro bater pernas e ir atrás, pechinchar com o vendedor ao vivo. Nada se compara a uma boa compra olho no olho", explica Cláudia, que demonstra que ainda precisará de um bom tempo para estrear nas prateleiras virtuais.

O designer Max Fabiano Pereira integra a parte da minoria que faz compras pela internet sem ficar com a pulga atrás da orelha. Para ele, se o comprador seguir alguns passos de prevenção não precisa se preocupar. "Procuro lojas grandes e conhecidas. Geralmente os sites de venda têm certificados de segurança", aconselha. Adquirindo produtos pela web desde 2002, Max conta que já teve problemas para receber um guarda-roupas. Mas, de acordo com o designer, isso é natural. Assim como as lojas físicas, as lojas virtuais também têm problemas. "Eu enviei e-mails cobrando, Eles responderam em seguida e se mostraram prestativos. Dois dias depois, a mercadoria foi entregue" finaliza.

Certificação

Para o diretor comercial das Livrarias Curitiba, Marcos Petri, o internauta pode realizar suas compras de forma tranqüila se o site de vendas for certificado como seguro. De acordo com ele, nestes casos, os dados bancários e do cartão de crédito são transmitidos diretamente para os bancos e operadores. Com isso, a loja em nenhum momento tem contato com senhas ou números de cartões. A própria conexão entre o usuário e as operadoras se dá de forma diferenciada, onde as informações são criptografadas.

A compra via internet pode ser considerada, segundo o diretor, mais segura que muitas formas tradicionais. Compras por telefones ou em lojas que usam o sistema manual são exemplos de meios menos seguros que fazer uma transação eletrônica.

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Para justificar a segurança, o diretor citou uma tentativa de fraude descoberta no site da empresa em que trabalha. Em setembro do ano passado, um falsário tentou comprar R$ 700 em livros. O golpe foi descoberto a tempo após o cruzamento do endereço de entrega da mercadoria e o endereço da fatura do cartão de crédito, que era clonado. "Às vezes o sistema é mais seguro do que nós próprios imaginamos", comemora Marcos Petri.