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Falha na Previdência

39 milhões de beneficiários do INSS tiveram dados expostos por falha em sistema

Previdência
Falha abriu brecha para acessos indevidos, como financeiras que oferecem serviços como empréstimo consignado. (Foto: divulgação/Previdência Social)

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Informações confidenciais de 39 milhões de beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ficaram expostas a usuários externos devido a uma falha de segurança no Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe). A vulnerabilidade permitiu o acesso não autorizado a dados e levou à suspensão da plataforma no mês passado.

A falha expôs informações que incluem dados cadastrais e tipos de benefícios, como aposentadorias e auxílios-doença, tornando os beneficiários alvos fáceis para financeiras oferecerem serviços. A situação foi agravada pela ausência de controle sobre o uso das senhas, que podem ter sido mantidas por ex-funcionários ou repassadas indevidamente.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, confirmou a falha e disse que ocorreu por conta do acúmulo de centenas de senhas concedidas a usuários externos ao longo dos anos, sem revisão das autorizações.

“Alguém decidiu ceder ao crime organizado e vendeu isso para as financeiras. Por isso, o cara liga para vender empréstimo consignado”, explicou à apuração da Folha de São Paulo publicada nesta segunda (24), associando o incidente ao aumento das reclamações sobre ofertas de empréstimos antes mesmo do comunicado oficial do INSS aos beneficiários.

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O Suibe é essencial para a produção do Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps), mas não concede novos benefícios. Ele funciona como um repositório, armazenando informações detalhadas sobre concessões anteriores, incluindo dados cadastrais e valores devidos.

De acordo com a apuração, o INSS não apresentou provas concretas de vazamento, mas o histórico de queixas de segurados sugere que os dados foram acessados e utilizados indevidamente por terceiros. Stefanutto disse que as reclamações envolvendo empréstimo consignado chegou a 943 registros por mês, em média, entre janeiro e março.

Em abril, afirma, foram 553, enquanto que em maio reduziram para 405. Ele diz que decidiu “fechar o portão” e suspender todos os acessos externos ao Suibe para reestruturação.

“Eu achava, honestamente, que isso estava numa governança melhor. O que eu fiz foi fechar o portão”, afirmou.

Novas regras para acesso aos dados

Stefanutto disse que o sistema, fornecido pela Dataprev, passou por uma revisão de segurança e foi restabelecido com novas regras de acesso, incluindo VPN e certificado digital emitido pelo Serpro.

Agora, apenas 11 acessos são permitidos, distribuídos entre a Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), e os Ministérios do Desenvolvimento Social e Agricultura. A concessão de novos acessos, diz, requer um procedimento formal, mantendo o controle sobre quem pode acessar o sistema.

Além disso, Stefanutto afirma que o INSS implementou a exigência de certificados digitais para os servidores internos que acessam o sistema de concessão de benefícios.

“Qualquer coisa que envolva a senha digital é grave. Deveria ter um controle maior. E é isso que a gente fez: corrigiu”, disse destacando que o órgão tomou medidas para fortalecer a segurança e evitar novos incidentes.

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