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Dívida pública

Instabilidade mundial reduz rentabilidade dos títulos brasileiros

A forte volatilidade causada nos mercado pelas expectativas de mudanças na atuação do Fed, o banco central americano, provocou uma redução acentuada na rentabilidade dos títulos públicos brasileiros no mês passado.

O Tesouro Nacional informou hoje que a rentabilidade média acumulada em 12 meses dessas aplicações caiu de 11,1% em abril para 7,3% em maio, principalmente devido à queda no retorno dos títulos pré-fixados e dos indexados à inflação.

Segundo o coordenador-geral de operações da dívida pública, Fernando Garrido, o rendimento dos títulos públicos recuaram ainda mais em junho, até a presente data. Ele não forneceu números, no entanto.

O mercado internacional está instável devido à expectativa de que o Fed diminua suas ações de estímulo a economia americana, que já dá sinais mais nítidos de recuperação.

Essa instabilidade, explicou Garrido, tem provocado um aumento nos juros dos títulos de vários países, o que acaba reduzindo o valor desses papéis, provocando perda de rentabilidade.

Segundo ele, isso não tem afastado investidores comuns que aplicam em títulos públicos por meio do Tesouro Direto porque, em geral, eles investem com perspectiva de longo prazo.

Ele destacou que as perdas só se materializam se houver resgate dos títulos nesse momento.

Caso os aplicadores continuem com os papéis até as datas de vencimento, terão assegurada a rentabilidade prevista no momento em que adquiriram os ativos.A elevação dos juros, por outro lado, cria oportunidades de ganhos maiores, disse Garrido.

"Para o investidor, isso representa um desafio em relação aos investimentos que ele já tem e, ao mesmo tempo, uma oportunidade que pode se configurar para aplicações mais elevadas hoje no Brasil", observou.

Intervenções

Nos últimos dias, quando a volatilidade se acentuou, o Tesouro Nacional passou a fazer leilões extraordinários de recompra de títulos para garantir uma porta de saída para esses investimentos, acalmando o mercado.

Desde quinta-feira passada, o Tesouro fez leilões diários em que se dispôs a recomprar, no total, 18 milhões de papéis, mas apenas 2 milhões foram readquiridos, por R$ 2,775 bilhões.

Simultaneamente, foram feitos leilões de venda de títulos, em que foram emitidos cerca de R$ 5 bilhões em papéis.Na avaliação do Tesouro, esse resultado indica que, apesar da volatilidade, não há um interesse tão grande em deixar os ativos brasileiros.

Garrido informou, porém, que podem ser feitos novos leilões para dar parâmetros de preços aos títulos, caso a volatilidade persista.

Dívida pública

O estoque total de dívida pública teve leve queda de 0,26% na passagem de abril a maio, somando R$ 1,935 trilhão.

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