As incubadoras instaladas em Curitiba trabalham para repetir o sucesso da Bematech, empresa que saiu da Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), do Tecpar, e neste ano espera faturar R$ 170 milhões. Para 2007, a Bematech prevê uma receita de US$ 100 milhões, ou R$ 213 milhões na cotação atual. "Estamos preparados para colocar no mercado outras empresas com o potencial da Bematech", diz Rosi Mouro, gerente da Intec.
Apesar de ainda registrar uma taxa de mortalidade alta (40% em 2005), a incubadora aposta em resultados melhores nos próximos anos. O segredo está no novo processo seletivo, implantado em 2005: agora, a Intec só aceita empresas com projetos que despertam interesse no mercado. O critério derrubou o número de empresas incubadas: com capacidade para receber de 10 a 12 empresas, a Intec tem hoje apenas seis incubadas.
A HI Techonologies é uma delas, e está entre as apostas da incubadora. A empresa desenvolveu um software chamado "Open Vida", que permite o monitoramento de pacientes internados em UTI à distância. O projeto foi recentemente implantado no Hospital Pilar, em Curitiba, e a HI Tecnhologies já atraiu outros interessados. "Nós desenvolvemos software e hardware e trabalhamos dentro do hospital para dar o suporte", diz Marcus Vinicíus Mazega Figueredo, um dos quatro sócios da empresa, todos recém-formados.
No início, cada um teve de investir R$ 10 mil em capital próprio. "Sentimos falta de uma linha de financiamento para quem está começando", reclama Alfredo Beckert Neto, outro sócio. O objetivo da HI é ambicioso. "Nosso objetivo é formar uma carteira de clientes preferenciais que possa sustentar o começo da nossa operação, e depois fazer com que o nosso produto se torne o padrão de mercado no Brasil, na área de telemedicina e monitoramento", diz Figueredo.
A HI Technologies ainda estuda quando vai deixar a incubadora (em agosto de 2007 ela completa dois anos). Enquanto isso, aproveita as vantagens de estar incubada. "A incubadora é uma vitrine tecnológica. Só para citar um exemplo, acabamos de vencer um edital do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) graças uma parceria com outra empresa incubada", comemora Figueredo.
Por pouco a HI não teve o destino de muitas empresas de tecnologia brasileiras, compradas por outras companhias logo no início da operação. "Recebemos uma proposta de vender 30% da empresa por R$ 600 mil. Não aceitamos porque não estamos interessados em abrir o capital da empresa", conta Beckert Neto. (ML)