Modelos apresentam dispositivos equipados com chips Intel na feira Computex, realizada em julho: aposta na internet móvel| Foto: Fotos: Divulgação

Concorrente AMD já usa as principais novidades

Segundo a AMD, principal concorrente da Intel, a tecnologia de acesso direto e rápido à memória já é usada em seus processadores há cinco anos. Mesmo a tecnologia gráfica tão propalada pela Intel, sob o codinome Larrabee, pode ser considerada ultrapassada já antes de ser lançada.

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Parceria com Yahoo para televisores

A Intel, em parceria com o Yahoo, mostrou um novo chip dedicado para processar sinais de vídeo e levar acesso à internet para os televisores, sem usar nenhum acessório, como set-top boxes. O Intel Media Processor CE 3100 é capaz de gerenciar o funcionamento de telas de plasma e LCD. O chip decodifica o sinal de TV digital e o transforma em imagem, além de gerenciar o som, a formação de imagens e a reprodução de vídeos no formato MPEG 4.

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Mobo, da Positivo: um dos primeiros netbooks disponíveis no país

San Francisco - A Intel, maior fabricante de chips para computadores do mundo, aposta que a internet se tornará onipresente na próxima década e conectará não apenas pessoas, como também nós a equipamentos e objetos. "Em 2015 teremos 15 bilhões de dispositivos conectados à internet, dez vezes mais do que hoje", afirmou Pat Gelsinger, vice-presidente da empresa, no primeiro dia do Intel Developer Forum (IDF), principal evento anual da empresa na semana passada em San Francisco.

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Diante dessa perspectiva de crescimento exponencial da rede, a Intel resolveu jogar suas fichas – e seu peso – em um novo tipo de equipamento: os MIDs ("mobile internet devices", dispositivos móveis para a internet).

A empresa – que não fabrica equipamentos e sim componentes eletrônicos e softwares de apoio aos desenvolvedores – também está estimulando seus parceiros na indústria de tecnologia a desenvolverem notebooks de pequeno porte e baratos, os chamados netbooks, voltados para o acesso à web e que deverão custar no máximo US$ 300 (nos EUA). No Brasil, os primeiros netebooks como o Mobo, da Positivo, e o EeePC, da Asus, chegaram ao mercado na faixa de R$ 1 mil, mas o preço já começa a cair.

Os MIDs são equipamentos superportáteis, que acessam a internet de forma fácil e rápida e permitem realizar diversas atividades que caracterizam a web 2.0, como fazer textos, fotos e filmes e postá-los imediatamente em blogs e redes sociais.

A estratégia da Intel baseia-se no fato de que a internet, com a explosão das redes sociais como MySpace e Orkut, cada vez mais é feita pelos próprios usuários. "A internet é apenas um bebê, que vai crescer e mudar muito à medida que milhões de pessoas contribuírem com inovações", disse Dadi Perlmutter, diretor do Grupo de Mobilidade da empresa.

A Intel não inventou os tais MIDs. Afinal, o mais famoso deles é o iPhone, da Apple, lançado em 2007. Vários celulares de marcas como Nokia e Samsung, assim como consoles portáteis de videogames, já acessam a rede sem fio e permitem realizar várias atividades online.

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O que a Intel pretende – e os resultados já puderam ser vistos durante o IDF 2008 com a proliferação de novos modelos e protótipos – é acelerar o desenvolvimento desses equipamentos, com base em um equilíbrio entre desempenho e baixo gasto de energia.

Outro fator essencial para o sucesso dos MIDs e netbooks é a capacidade de se conectarem à internet a qualquer hora e em qualquer lugar sem a necessidade de fios. Notebooks já se conectam à rede via Wi-Fi há anos – assim como celulares e smartphones, através da rede de telefonia celular. Os celulares 3G já transmitem dados em velocidade próxima à da banda larga.

A tendência, em médio prazo, é que cidades inteiras terão conexão à internet sem fio, com tecnologias como WiMax (um Wi-Fi mais amplo e veloz). À medida em que a conexão sem fio se tornar onipresente, cada vez mais pessoas, principalmente jovens, estarão conectadas à internet 24 horas por dia. Elas precisarão de dispositivos pequenos, resistentes e econômicos, além de atraentes e repletos de funções.

Essa visão exposta com tanto barulho no IDF não é exclusividade da Intel, já que outros grandes players da indústria de tecnologia – como a concorrente direta da Intel, a AMD – estão carecas de saber.

Acontece que a Intel, com cerca de 75% do mercado de microprocessadores para computadores e parceiros em todas as áreas da indústria, tem poder para alavancar esse mercado como poucos e parece disposta a fazer isso. Para atingir seu objetivo, lançou no primeiro semestre um novo chip, chamado Atom, que é bem menor (tem duas vezes menos componentes) e gasta até dez vezes menos energia (por enquanto), sem perder a eficiência (para realizar as tarefas a que se propõe).

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O Atom, baseado na arquitetura x86, a mesma dos demais chips da Intel, é compatível com todos os softwares e aplicativos desenvolvidos pela empresa e seus parceiros. Permite rodar sistemas operacionais proprietários (como o Windows) e livres (como o Ubuntu). Assim, o usuário terá, nestes dispositivos portáteis, uma experiência de navegação muito semelhante à que costuma ter em notebooks e desktops.

O jornalista viajou a convite da Intel.