| Foto: Graava/Divulgação

“As câmeras de vídeo hoje nos trazem um problema, e não uma solução”. A afirmação é de Bruno Gregory, engenheiro de software que se mudou para o Vale do Silício e, com outros dois brasileiros – Marcelo do Rio e Marcio Saito – que já viviam por lá, criou a Graava.

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A startup lançou no início de 2015 uma minicâmera, do tamanho de uma caixa de Tic Tac, que, além de gravar, também edita automaticamente as imagens que captura. “Hoje, câmeras tradicionais ou mesmo as de ação, no estilo GoPro, oferecem ao usuário um material bruto e longo, que, na maioria das vezes, não é editado e, por consequência, deixa de ser compartilhado. Existe uma estimativa que indica que, para cada hora filmada, uma média de cinco tende a ir para a edição”, diz Bruno.

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Em resumo, a Graava dá conta do “trabalho duro” ao escolher, sozinha, os pontos mais altos de uma captação e criar vídeos curtos e sonorizados com os melhores momentos gravados. A condição é possível graças a diversos sensores instalados na estrutura. Dois deles, por exemplo, reconhecem e valorizam instantes de maior movimento e sonoridade, entendidos como mais importantes. Até a intensidade dos batimentos cardíacos do usuário a minicâmara percebe com o auxílio de relógios inteligentes.

Aplicativo

A câmera custa cerca de US$ 250, valor que chegaria no Brasil a mais de R$ 1 mil, considerando a cobrança de impostos e taxas com frete. Para driblar o custo de aquisição do aparelho e democratizar o acesso à tecnologia, a startup migrou no fim do ano passado os algoritmos para um sistema capaz de funcionar nas mãos de milhões de pessoas.

Os brasileiros fundadores da Graava: Marcio Saito, Marcelo do Rio e Bruno Gregory 

Com o aplicativo para celular, o usuário ainda cria vídeos associando imagens em movimento a fotos. “Nesse caso, o sistema foi programado para escolher as com melhor foco e predominância de sorrisos, por exemplo”, explica o engenheiro.

As criações podem ter de seis segundos ao tempo total da música escolhida. Algumas trilhas já são disponibilizadas pelo app, mas outras, que estiverem gravadas no próprio telefone, também podem ser aproveitadas. Para Bruno, a tecnologia inaugura uma nova tendência de mercado. “Dentro de alguns anos, câmeras que gravam e não editam não devem mais ser produzidas”, prevê.

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Alguns ajustes são permitidos pelo sistema, mas ele está longe de ser um editor convencional de vídeos. A tecnologia funciona por meio de recursos da inteligência artificial e machine learning. Ao aprender com o comportamento do usuário, atende cada vez mais as expectativas esperadas.

O aplicativo foi lançado primeiro no Brasil para sistemas IOS e Android. Ele é gratuito. Nos Estados Unidos deve ser apresentado no próximo mês.