No campo de luta, o Minotaur, um robô brasileiro construído pela equipe carioca RioBotz, formada por alunos da PUC-Rio, está um pouco mais para José Aldo do que para o quase xará Minotauro. É baixinho, mas extremamente robusto e implacável com os adversários.
A máquina de luta carioca está se destacando no BattleBots, um programa de grande sucesso já apelidado de “UFC das máquinas” e transmitido pela rede de tevê americana ABC. Até agora, Minotaur venceu suas duas lutas, contra o robô britânico Photon Storm, no dia 23 junho, e o norte-americano Blacksmith, no dia 7 de julho (assista ao vídeo).
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O próximo adversário e a data do embate ainda estão em definição. Provavelmente a luta será no início de agosto.
O robô brasileiro é o único competidor de país de língua não-inglesa a participar deste torneio. É a segunda edição deste mundial de combate na ABC -- antes, o programa havia sido transmitido pelo canal Comedy Central por cinco anos. A primeira, teve uma média de audiência de 5 milhões de pessoas por episódio.
“É o reconhecimento do trabalho da equipe. A RioBotz existe desde 2003 e é uma das equipes de robótica mais vencedoras deste tipo de competição no mundo. É bastante famosa entre o público especializado, mas nunca teve a projeção que fosse além da comunidade da robótica. Neste programa, o público é bem diverso. Muitas crianças assistem”, conta Marco Antonio Meggiolaro, coordenador da equipe e professor do curso de Engenharia Mecânica e da pós-graduação em Robótica na PUC-Rio.
Ele e cinco estudantes viajaram para a competição, nos Estados Unidos. “Mas a equipe é maior. São cerca de 30 alunos na RioBotz. E dos mais diversos cursos: engenharias, Elétrica, Eletrônica. Tem gente até área de comunicação atuando na divulgação, na atualização das páginas”, diz Meggiolaro.
Lutas
O BattleBots deste ano tem 56 equipes especializadas em robótica de combate. O programa ainda não tem transmissão para o Brasil, mas os direitos desta segunda temporada foram vendidos para a Sky, o que indica que logo poderá haver algum canal retransmitindo o evento.
Na primeira aparição do robô brasileiro no horário nobre da tevê americana (o programa vai ao ar às 20 horas), o Minotaur enfrentou o Photon Storm, de uma equipe há 16 anos na robótica: a britânica Storm. A máquina brasileira de 113 quilos conseguiu derrotar o robô adversário, cuja principal arma era uma pinça com força equivalente a 12 toneladas.
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“Com um único golpe de frente, o Photon Storm foi arremessado e inteiramente destruído por dentro. Todo o sistema hidráulico estourou e vazou óleo por todo lado”, conta Meggiolaro.
A segunda luta foi contra o BlackSmith, robô americano que compete há 20 anos. O desafio foi escapar das marteladas da máquina rival, que tem um acessório na parte superior capaz de acertar os adversários até destrui-los. O Minotaur abusou de seu cilindro rotatório – um aparato que gira a mais de 10 mil rotações por minuto – para lançar o oponente para o alto e danificá-lo.
Para ganhar o campeonato, os brasileiros precisam superar mais quatro etapas.
Objetivos
Mas a competição tem um valor que vai além do entretenimento e da disputa. Dali, saem ideias que poderão fomentar os futuros robôs a nosso redor. “Esse mesmo componente que usamos na máquina de competição é o que pode ser usado na indústria nuclear ou do petróleo, por exemplo. São áreas que precisam de robôs robustos e confiáveis, capazes de tolerar as situações adversas”, exemplifica Meggiolaro.
“Uma competição é uma maneira divertida de aprender”, completa.
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