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Carros da Tesla sairão da fábrica prontos para se transformarem em autônomos

Model 3, novo veículo da Tesla, sairá de fábrica com o novo pacote de direção autônoma | Divulgação/Tesla
Model 3, novo veículo da Tesla, sairá de fábrica com o novo pacote de direção autônoma (Foto: Divulgação/Tesla)

A Tesla está dando outro passo adiante na corrida para desenvolver carros autônomos.

A companhia de Elon Musk anunciou nesta semana que todos os novos veículos da marca que deixarem a fábrica virão com o hardware necessário para suportar um sistema de direção totalmente autônomo. Isto inclui o novo Model 3, o veículo elétrico da Tesla voltado para o grande público. Alguns dos carros já existentes das linhas Model S e Model X já têm a tecnologia, segundo a empresa.

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Para fazer o sistema funcionar, a Tesla está equipando todos os novos carros com oito câmeras capazes de fornecer informações visuais sobre o entorno do veículo em 360 graus. Outra dúzia de sensores “ultrassônicos” irão ajudar a detectar obstáculos. E para analisar todos esses dados, haverá um computador sofisticado com um processador gráfico top de linha.

Ao contrário de veículos autônomos desenvolvidos por concorrentes como o Google e Uber – que têm grandes câmeras e sensores montados no topo da carroceria–, o hardware da Tesla será perfeitamente integrado ao corpo dos veículos, segundo o presidente da companhia.

“Nada vai ficar aparecendo. Isto de maneira alguma vai deixar o carro mais feio”, afirmou Musk a repórteres na quarta-feira (19). “Não haverá protuberâncias estranhas. Tudo é incrivelmente sutil”, completou.

Mas o fato dos sensores e câmeras já virem instalados não significa que os consumidores serão capazes de ligar a direção autônoma logo de cara. Musk disse que testes mais amplos serão necessários antes do recurso ser liberado. A companhia quer conduzir testes para analisar o sistema autônomo em estradas fechadas antes de liberar a tecnologia para um número restrito de usuários, um grupo que incluirá o próprio Musk.

Só a partir disso a Tesla disponibilizará o software necessário para mais consumidores ao redor do mundo, ativando gradualmente o sistema em um “modo sombra”, em que os carros não trafegarão por conta mas coletarão dados e os encaminharão para engenheiros – a ideia é antecipar como o veículo tomará decisões quando estiver de fato por conta própria.

Ao fim, deverá demorar ainda um ano ou mais para o público ver o novo recurso em ação; no fim de 2017, disse Musk, todos poderão acompanhar uma viagem teste entre Los Angeles e Nova York, com um carro da companhia totalmente autônomo.

Críticas

O anúncio da Tesla vem depois de uma série de críticas e episódios envolvendo o recurso de piloto automático dos carros da companhia. O sistema, chamado de Autopilot, não é uma tecnologia de direção autônoma. Ele foi desenvolvido para ser um assistente de direção, mas levantou preocupações entre céticos e advogados.

Em maio, um motorista da Florida morreu devido a uma falha do piloto automático para frear e impedir a colisão com um caminhão – foi o primeiro acidente fatal relacionado à tecnologia, segundo a Tesla.

Musk aproveitou o anúncio desta quarta-feira para criticar a repercussão na mídia do acidente e de outros episódios, defendendo que cada história negativa sobre o recurso tira a atenção das milhares de pessoas que morrem nas estradas devido a erros humanos.

Cada vez que a mídia reporta as falhas do Autopilot, “vocês estão dissuadiando as pessoas de usarem carros autônomos. Vocês estão matando pessoas”, afirmou Musk.

O Autopilot continuará a existir lado a lado com o novo sistema de direção autônoma da Tesla – e este último certamente ainda precisará passar pelo escrutínio das autoridades regulatórias dos Estados Unidos, que publicaram mês passado um pacote de novas regras para carros autônomos.

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