“Paulo, bom te ver novamente. Desculpe-me, mas preciso perguntar: você acha que está bêbado?”. Não seria um diálogo tão inusitado, exceto pelo fato de ser entre um motorista e seu carro. A startup de Campinas HooBox Robotics está investindo em uma tecnologia de reconhecimento facial capaz de dizer se um condutor está embriagado, cansado, com sono e até mesmo usando o celular enquanto dirige.
A empresa chamou a atenção na última edição brasileira da Campus Party, realizada no início do mês, em São Paulo. Mas com outra solução, que também tem por base a leitura das expressões faciais por um software. O Wheelie é um kit com sensores e câmera que pode ser instalado em cadeiras de rodas motorizadas comuns e permite ao usuário conduzi-las apenas com movimentos da face, como o virar dos olhos.
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O foco do sistema Camelbe3 é outro: segurança no trânsito. Ele é capaz de fazer uma leitura rápida do rosto do condutor e detectar sinais de que ele esteja impossibilitado de conduzir – e adverti-lo dos riscos de pilotar em tais condições. Uma câmera 3D colocada na altura do volante é responsável por registrar o rosto do piloto. O sistema de inteligência artificial, uma espécie de computador de bordo, então calcula a posição de olhos e expressões da face. “São 78 pontos determinados por posição de olhos, boca e nariz”, diz Paulo Gurgel Pinheiro, CEO da empresa.
Caso o motorista demonstre alguma característica que o impeça de assumir o volante, explica Pinheiro, o sistema o adverte e envia foto e mensagem a um contato de emergência previamente cadastrado – “O público desejado é por enquanto de motoristas particulares. Assim, o sistema pode enviar a mensagem para uma central de uma transportadora ou de um viação, por exemplo”, diz o CEO. Não é difícil imaginar outras aplicações, como uma alternativa futurista ao bafômetro.
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Em um dos vídeos de testes publicados pela empresa no YouTube , o motorista é questionado pelo carro se está cansado. O humano responde que sim e sistema pede que ele acione os limpadores de vidro para um teste. “Utilizando o nosso sistema de inteligência artificial e os limpadores de para-brisa, conseguimos detectar padrões no movimento dos olhos e determinar se o motorista está cansado ou bebeu excessivamente”, escreveu o CEO.
E não apenas isso. A ferramenta mostra detalhes mais complexos ao avaliar fatores externos e combiná-lo com as condições do motorista. Em outro teste, o software avalia que o motorista pode dirigir, já que não atingiu o limite máximo de horas de condução por dia, o carro está em condições perfeitas e o dia está ensolarado, entre outros fatores.
“O ser humano é complexo. Não é porque uma pessoa está cansada que ela necessariamente está impossibilitada de dirigir”, explica Pinheiro sobre as nuances que a inteligência artificial é capaz de detectar – o sistema foi desenvolvido com base em protocolos médicos que definem o cansaço e embriaguez.
O Camelbe3 ainda não está no mercado, mas na fase de protótipo. “O preço ainda não está definido”, aponta o CEO da HooBox.
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