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Empresa recebe aportes milionários para criar “Waze dos carros autônomos”

 | Divulgação

Um dos maiores equívocos sobre o carro autônomo do Google é que o motorista (ou, neste caso, o passageiro) poderá abrir o Google Maps, escolher um destino e dizer para o carro ir até lá. Para aprender novas rotas, o veículo primeiro tem que ser “treinado” por um condutor humanos por uma ou duas vezes. Além disso, na verdade o carro nem sequer conversa com o Google Maps, por razões de segurança e engenharia.

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Mas agora, uma série de organizações, incluindo a Ford Motor, Universidade de Stanford e uma firma de investimentos liderada pelo cofundador do Yahoo Jerry Yang, investiram US$ 6,6 milhões em uma companhia que promete driblar esses problemas de navegação ao criar um sistema barato de mapas detalhados que carros autônomos poderão usar enquanto se deslocam. E esses mapas serão criados por motoristas comuns como você, de acordo com a Civil Maps, a empresa por trás da ideia.

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Neste sentido, o conceito é bastante similar a outro famoso produto do Google, o Waze, aplicativo que transforma cada usuário em um transmissor de dados. Ele permite que motoristas reportem congestionamentos, acidentes e outros problemas que possam causar atrasos ou perigos a outros condutores, resultando em um mapa comunitário que todos podem ler.

O que a Civil Maps quer é criar um Waze para carros autônomos – mas um que consiga retratar uma imagem de tudo o que ocorre no trânsito, desde padrões de tráfego até locais de obras. Usando um conjunto de software e hardware, carros equipados com a tecnologia da Civil Maps serão capazes de “ler” placas de trânsito, semáforos e avisos, então comprimir todos esses dados e carregá-los por meio de uma rede de celular.

No conjunto, é fácil entender porque esse tipo de dado é útil para carros autônomos. A inteligência artificial por trás da tecnologia da Civil Maps sabe, por exemplo, que certas faixas na ponte Golden Gate, em São Francisco (EUA), mudam de sentido em diferentes momentos do dia, de acordo com a hora do rush. Para um carro autônomo, pode ser importante saber com antecedência quando não dirigir na contramão.

O conjunto de sensores é muito mais barato do que os equipamentos que o Google coloca em seus carros do Street View, afirma o cofundador da Civil Maps Sravan Puttagunta, o que o torna viável financeiramente para ser instalado em veículos comuns. A Civil Maps está em negociação com montadoras na China, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos para ter seus sensores instalados nos carros dessas empresas – Puttagunta não cita o nome específico das fabricantes.

Hoje em dia, a maioria dos dados de mapas onlines é atualizada a cada poucos meses, na melhor das hipóteses, porque é muito caro carregar esses dados via conexões sem fio – o que é parte do motivo porque carros autônomos ainda não estão prontos para serem adotados, afirma Puttagunta.

“A infraestrutura das ruas pode mudar em questão de dias ou semanas, então se você não atualizar seu mapa, você pode acabar caindo em situações em que não é possível confiar tanto nos dados que tem à mão”, diz o cofundador da Civil Maps.

Esse tipo de problema coloca pressão para os carros autônomos confiarem mais em sistemas em tempo real de resposta rápida, que são relativamente pouco testados em comparação com os softwares de rotas verificadas que milhões de pessoas usam em seus aplicativos diariamente.

A indústria de veículos está correndo para desenvolver tecnologias que irão levar a carros inteiramente autônomos. Não é apenas o Google que está nesta disputa: BMW, Tesla, General Motors e outras estão no jogo. E isto explica porque a Ford está tão interessada na Civil Maps. Ao contrário do Google, que tem ampla experiência em cartografia, a Ford precisará – e logo – ter acesso a muita informação sobre mapas se quiser que seus carros autônomos funcionem bem.

“Investir na Civil Maps e trabalhar com a empresa nos dará uma maneira adicional de desenvolver mapas 3D em alta resolução”, afirma a montadora, “o que trará carros totalmente autônomos da Ford a um passo mais próximo da realidade para consumidores”.

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