Dirigir digitando pode ser coisa do passado se sistema chamado Groove for aplicado nos veículos| Foto: /Pexels

Um engenheiro inventou um dispositivo que ele acredita que pode acabar com as distrações dos motoristas. Ele também diz que pelo menos uma empresa de telefonia móvel está perto de lançar o gadget para seus usuários e que outra mostrou interesse na tecnologia.

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Scott Tibbitts e seus colegas em uma empresa chamada Katasi têm tentado persuadir as companhias de telecomunicação, montadoras de automóveis e o governo federal para implantar o aparelho há meia década.

“Como você chega [aos altos executivos] para dizer: ‘isso é uma loucura, vocês tem uma solução bem debaixo do seu nariz, vocês poderiam ser heróis, vamos fazer isso e salvar um monte de vidas’”, pergunta Tibbitts. “No fim do dia, tudo parece desacelerar, no momento em que eles dizem que vão fazer isso”.

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Tibbitts, que também desenvolveu motores usados ​em missões espaciais da NASA, criou um dispositivo de bloqueio temporário que pode ser conectado a uma entrada no volante de um veículo de maneira tão fácil quanto plugar um pen drive.

A tecnologia -- chamada Groove -- é projetada para bloquear mensagens e outras possíveis distrações assim que o veículo se mova a 5 milhas por hora ou mais. Somente os dados de GPS e música chegam ao smartphone do motorista. O dispositivo bloqueia outros dados alertando o provedor de serviços de telefonia móvel do motorista de que o veículo está em movimento. Uma vez que o carro para, o dispositivo deixa de barrar o tráfego de informações.

Ele também pode diferenciar o telefone da pessoa que está dirigindo, de modo que os telefones dos passageiros não sejam afetados.

A Sprint, que tem usado a tecnologia em um projeto-piloto, poderia disponibilizá-la já no próximo ano, diz Tibbitts. Depois de uma campanha de mídia social inteligente feita por ele e apoiadores, no mês passado, a T-Mobile também está explorando a tecnologia. “É uma corrida de cavalos, com dois puros-sangues, para ver qual vai cruzar primeiro a linha”, diz o empresário.

A Sprint e a T-Mobile ainda não responderam às solicitações de comentários sobre o dispositivo.

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Tibbitts está, é claro, vendendo um produto. Mas se o sistema Groove fizer o que Tibbitts diz que faz, seria uma maravilha se viesse em cada carro novo.

Não que o dispositivo esteja definhando na obscuridade, tampouco. O New York Times escreveu sobre a tecnologia há alguns anos. A âncora global do Yahoo! News, Katie Couric, deu uma volta com Tibbitts para ver se o seu dispositivo bloquearia as mensagens que chegariam a seu celular enquanto ela estivesse dirigindo (e ele bloqueou). Na ocasião, Katie admitiu espiar seu celular enquanto dirige -- e quem não espia?

É por isso que, como argumenta Tibbitts, apenas a tecnologia vai corrigir o problema de se distrair com a tecnologia.

As terríveis consequências da condução distraída já o afetaram. Certo dia, em 2008, ele chegou em uma empresa de Denver em sua primeira reunião de negócios com outro engenheiro para falar sobre um trabalho conjunto. Ele soube, em vez disso, que o homem havia morrido em um acidente naquele dia por um motorista adolescente que estava digitando e furou o sinal vermelho.

Um ano depois, Tibbitts e outras pessoas formaram a Katasi, a empresa com sede em Boulder, no Colorado, que desenvolveu o Groove. Tibbitts, que é executivo-chefe, diz que já está claro que a condução distraída não pode ser contida com campanhas de serviço público ou legislação. “A legislação falharia por causa da natureza dos seres humanos”, diz ele.

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“Todo mundo pensa: ‘um [texto] não vai matar ninguém ... Como eles estão vão fazer pra me ver olhando cada mensagem? E se eles me pegarem, vou dizer que eu estava olhando o mapa de navegação’”.

Em outras palavras, nada tem funcionado muito para reduzir o uso do celular enquanto se dirige.

Tibbitts diz que os membros do Congresso dos EUA expressaram entusiasmo com a tecnologia, mas lhe disseram que seria melhor persuadir as empresas de telefonia móvel a adotá-la do que entrar em uma batalha pela alteração legislativa. A National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) deu-lhe apoio, mas ofereceu conselho semelhante.

Os executivos de setor automotivo pareceram mais interessados ​​em equipar os novos veículos com mais tecnologia que envie dados de maneira menos perturbadora, diz Tibbitts. E alguns provedores de telefonia móvel expressaram interesse em bloquear textos com seu dispositivo, mas nenhum queria ser o primeiro, diz ele.

Assim, Tibbitts e sua empresa tentaram uma abordagem diferente: usar as mídias sociais para atacar um problema causado, pelo menos em parte, pelas mídias sociais. Em novembro, eles miraram no presidente e executivo-chefe da T-Mobile, John J. Legere, pelo Twitter.

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Legere é um “twitteiro” enérgico. Então, a equipe da Katasi, com ajuda de especialistas em segurança, começou a bombardear o chefe de T-Mobile com os tweets que incitavam sua companhia a considerar usar o Groove .

Legere respondeu e agora os dois lados estão conversando.