O Facebook pode ter oficialmente inaugurado uma nova era na comunicação tecnológica. A gigante comandada por Mark Zuckerberg anunciou uma série de inovações em suas plataformas nesta terça-feira (12), durante o evento F8, uma conferência anual para desenvolvedores, em San Francisco, nos Estados Unidos. A maior delas: a rede abrirá espaço para que outras empresas utilizem robôs de bate-papo (chatbots) para interagir com os usuários pelo Messenger, seu aplicativo de mensagens instantâneas.
Entre o real e o virtual
Os chatbots são uma espécie de ponte em que o mundo virtual e o real se encontram. E, de fato, a aplicação é a faceta mais palpável da inteligência artificial. Pode ser também a mais rentável.
Diversas empresas trabalham com suas soluções de conversas robóticas com usuários. Embora elas ainda estejam bem aquém dos diálogos complexos vistos em filmes sci-fi, já apontam, pelo menos, um futuro promissor.
O Siri, da Apple, foi uma das primeiras aplicações deste conceito, ainda que bastante limitado. Os comandos são feitos por voz, assim como os do elogiado Echo, um assistente para a casa fabricado pela Amazon.
A Microsoft apresentou recentemente diversos protótipos interessantes desta tecnologia -- embora tenha ficado marcado pelo fracasso de Tay, uma inteligência artificial que passou a adotar discurso racista após “aprender” com usuários do Twitter.
Mas, talvez a iniciativa mais próxima à do Facebook seja a do aplicativo de mensagem russo Telegram, que oferece uma “bot store” com milhares de bots de serviços como noticiário e feeds esportivos.
Os chatbots são versões de bots (softwares que simulam ações humanas) capazes de estabelecer algum nível de diálogo com humanos. São parte do desenvolvimento da inteligência artificial e, sobretudo, a aposta das grandes empresas de tecnologia, entre elas Apple e Microsoft Isso porque podem substituir serviços como pesquisas via buscador e uso de aplicativos. A expectativa é que esse mecanismo se desenvolva de tal forma que vire um assistente pessoal, capaz de realizar várias tarefas para os usuários, como pedidos de alimento, compras, transferência de dinheiro, seleção de notícias -- tudo sem precisar acessar apps diferentes ou entrar em vários sites.
No serviço apresentado pelo Facebook, os bots serão usados inicialmente para que empresas entrem em contato com usuários. Elas terão acesso aos códigos do Messenger e poderão começar ou dar prosseguimento, via mensagem, a conversas robóticas com potenciais clientes, quase como um call center. Na prática, um fornecedor de serviço poderá responder a um cliente interessado na previsão do tempo, na compra de alguma peça de roupa ou no resumo de notícias. Tudo com a supervisão do serviço de inteligência artificial do Facebook.
Não é a primeira experiência com bots do Messenger. Nos Estados Unidos, é possível pedir carros do Uber e Lyft – dois serviços de caronas pagas – por meio do aplicativo.
O número de usuários do aplicativo de mensagens certamente coloca o Facebook à frente de seus concorrentes. Segundo números da empresa, são 900 milhões em todo o mundo. Resta saber como eles reagirão à nova forma de contato em um espaço geralmente usado para conversas com familiares e amigos.
Outras novidades
Além da plataforma de bot, o Facebook anunciou um pacote de inovações.
A rede permitirá acessos mais rápidos e seguros à conta, via número de celular, por exemplo. No login, o usuário registra o número e recebe, via SMS, um token para certificar o acesso. Não precisará de senha.
Um botão de “Salvar Links” poderá guardar páginas de produtos de lojas de e-commerce para que o usuário se mantenha conectado ao objeto de tem interesse.
Trocar a imagem de perfil ou colocar uma máscara de apoio a alguma causa (como ocorreu com usuários que postaram foto com as cores da França durante o ataque terrorista de novembro) ficará mais fácil. Os sites e aplicativos que desenvolvem estes desenhos poderão oferecer a ação dentro do próprio Facebook (ou seja, sem a necessidade de acessar um site externo. Além disso, a imagem de perfil poderá ser um GIF.
A rede quer facilitar também o compartilhamento de frases e trechos de textos. Obviamente isso já é possível hoje, com o tradicional “copia e cola”. Mas o Facebook oferecerá o botão “Compartilhar Frase”, para que sites o disponibilizem e usuários poupem esses segundos (ou milésimos deles).
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”