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Fim trágico: robô tem a “morte” decretada após fugir de centro de pesquisa

A “fuga” do IR77 ganhou repercussão na imprensa internacional mês passado | Reprodução/Channel 5 TV
A “fuga” do IR77 ganhou repercussão na imprensa internacional mês passado (Foto: Reprodução/Channel 5 TV)

O primeiro robô autônomo capaz de percorrer o chão de casas ou escritórios foi provavelmente o Roomba, um pequeno aspirador de pó em formato circular, que vinha com sensores rudimentares e conseguia passear por aí sem bater nas paredes e móveis.

Mas imagine se você deixasse a porta aberta e o Roomba saísse por ela, ainda aspirando sujeira, até eventualmente chegar à rua e parar o tráfego. Imagine seu Roomba ansiando por liberdade.

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Bem, engenheiros na Rússia voltaram ao laboratório em que trabalham há duas semanas e descobriram que um de seus robôs, dotado de inteligência artificial, tinha desaparecido. E, sim, ele estava parado no meio da rua.

VÍDEO: conheça em detalhes o robô “fujão”

O IR77, desenvolvido pela Promobot, estava passando por um teste de mobilidade e havia sido instruído a se mover livremente em uma sala por uma hora e, após isso, retornar para um ponto específico. Mas logo no início do teste, o IR77 deslizou por uma porta aberta, somente para ser detido em seguida por um programador e retornar à sala. Sua primeira tentativa de fuga foi frustrada.

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Minutos depois, segundo o co-fundador da Promobot Oleg Kivokurtsev, IR77 escapou novamente. O robô conseguiu sair do laboratório de testes e chegou a uma rua próxima, até que sua bateria morreu e ele ficou parado em frente a um ônibus, gerando um congestionamento. Levar a cabo uma grande fuga é mesmo um trabalho árduo.

“Neste momento, nós estamos estudando todas as circunstâncias, mas uma explicação clara para esse fenômeno ainda não foi encontrada”, escreveu Kivokurtsev em um e-mail ao “The Washington Post”. “Nós podemos concluir que na primeira vez ele deixou o local de testes porque nenhum obstáculo foi detectado (a porta estava aberta), mas porque ele tentou escapar pela segunda vez ainda é um mistério para nós”, completou.

Nenhum dos outros robôs da Promobot jamais tentou escapar do laboratório, ele reforçou.

Sem saída

O IR77 foi criado para ser uma espécie de guia. Pense no R2-D2 ou C-3PO, de Star Wars. Coloque o robô em um museu e visitantes podem solicitar um tour pelo lugar. Deixe ele em um aeroporto e o IR77 pode dar informações ou ajudar a encontrar sua bagagem.

Mas agora, a Promobot está cogitando desligar para sempre a linha IR77. Um robô capaz de “desertar” de seu posto é, por definição, um robô defeituoso. E, de certa forma, perigoso como um tigre selvagem. Afinal, pensando mais longe, um robô que pode aprender a fugir – e portanto aprender várias outras coisas – é um dos piores pesadelos de cientistas.

Considere o que o jornalista Joel Achenbach escreveu ano passado no “The Washington Post” sobre inteligência artificial. Digamos que um robô com inteligência artificial é programado para fazer um objeto qualquer como um clipe de papel.

“Esta máquina começa a ficar cada vez mais inteligente e poderosa, mas nunca desenvolve valores humanos. Ela chega a uma ‘superinteligência’. Começa a converter todos os tipos de materiais comuns em clipes de papel. Eventualmente, decide transformar tudo na Terra – incluindo a raça humana (!!!) – em clipes”.

É assim que o mundo acaba, temem tecnologistas: uma máquina super inteligente, criadora de clipes de papel, que se rebela em algum momento.

Assim, pensando bem, talvez não seja tão ruim que a Promobot tenha resolvido desligar o IR77.

Sem saída

Após tentar escapar de centro de pesquisa, robô tem fim trágico.

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