O Watson, sistema de inteligência artificial da IBM, possui vários talentos. Ele venceu o programa televisivo de perguntas e respostas Jeopardy!, pode cozinhar e até está tentando curar o câncer. Mas agora, está sendo treinado para um novo desafio: caçar hackers.
Na última terça-feira (10), a IBM Security, braço da empresa em segurança virtual, anunciou uma nova versão de sua tecnologia cognitiva, chamada “Watson para Cibersegurança”, capaz de ser acessada pela nuvem. No segundo semestre, a empresa vai trabalhar em parceria com oito universidades que ajudarão o Watson na nova empreitada, inundando o sistema com dados e artigos sobre segurança.
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O plano é fazer com que o Watson processe mais de 15 mil documentos sobre segurança digital a cada mês – incluindo tudo a respeito do assunto, desde posts de blogs até vídeos –, para que o sistema se familiarize com a terminologia por vezes quase esotérica do mundo da cibersegurança.
Os estudantes das universidades parceiras vão ajudar neste processo inicialmente fazendo notas nestes documentos para que, com o tempo, o Watson seja capaz de interpretar os materiais por conta própria.
Por meio dessa abordagem de big data, o Watson poderá mergulhar automaticamente em uma quantidade enorme de pesquisas sobre o tema em um nível que profissionais humanos não conseguiriam. Assim, o sistema será capaz de investigar quando algo suspeito atinge o computador de uma vítima. “É uma forma de automatizar essa ‘caça’”, explica o vice-presidente da IBM Security, Caleb Barlow.
Hoje em dia, analistas de segurança são soterrados por uma imensidão de alertas sobre possíveis ameaças às suas redes internas, afirma Barlow. “Eles não conseguem examinar todos os dados que continuam chegando para eles, muitos dos quais são falsos positivos”, completa.
Segundo um estudo do ano passado do Ponemon Institute, mais da metade do tempo que as equipes de segurança virtual passam analisando alertas de malwares (softwares usados para invadir sistemas e causar danos ou roubar dados) é perdido devido a informações imprecisas e alarmes falsos – um trabalho desnecessário que custa a essas organizações cerca de US$ 25 mil por semana, em média.
E é aí que o Watson pode ajudar. O sistema da IBM não necessariamente vai substituir esses analistas, segundo Barlow. Em vez disso, o sistema poderá oferecer ajuda ao mostrar quais ameaças priorizar, em meio a essa corrente interminável de alertas – permitindo assim que os ataques virtuais sejam combatidos de forma mais rápida e chamando a atenção para as ameaças mais perigosas.
“Quando nós podemos parar um ataque cedo e então mostrar para todo mundo, nós não estamos apenas bloqueando esse ataque, mas também jogando na ofensiva ao impedir que os ‘caras maus’ prejudiquem mais alguém”, reforça Barlow.
Treinamento
O vice-presidente da IBM Security destaca que o trabalho da companhia com as universidades também vai ajudar a treinar mais profissionais a combater ataques virtuais.
A Universidade de Maryland, em Baltimore (EUA), por exemplo, está criando um novo laboratório avançado de Cibersegurança Cognitiva por meio de uma parceria com a IBM. O sistema vai focar no uso da metodologia de machine learning e sistemas como o Watson para combater problemas de cibersegurança. A universidade é uma das que vai ajudar a treinar o Watson ao longo dos próximos meses.
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