Software realiza inserção do “medroso” em vários níveis, até chegar no contato com aranhas cabeludas.| Foto: Reprodução/

Depois de observar empresas de tecnologia investirem em produtos de realidade virtual no início de 2015, um homem decidiu construir seu próprio aparato para entrar no ramo. Porém, ao invés de ingressar no setor de jogos ou entretenimento, como muitos dos empreendedores da área, o americano Tim Suzman decidiu apostar em algo diferente: criou um dispositivo de realidade virtual que trata os medos e fobias mais comuns do ser humano. As informações são da CNN

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Primeira fase do aplicativo, esta cena inclui uma aranha amigável a uma distância “segura”. 

A ideia nasceu por conta do cachorro de Suzman, que sofria de ansiedade. Buscando uma solução, o dono aprendeu que uma das maneiras de tratar esse estado é expondo a pessoa - ou animal - à razão de seu medo no mundo real. “Ocorreu-me: você não pode fazer isso com cães utilizando a realidade virtual, mas será que seria possível com as pessoas?”, contou Suzman à CNN.

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Assim, o empresário decidiu sanar sua dúvida da maneira mais simples possível. “Pensei: eu posso testar comigo mesmo antes de precisar testar em qualquer outra pessoa”, explica. E foi então que criou um aplicativo de realidade virtual que o livraria do medo de aranhas, um temor que o acompanhava desde a infância.

Chamado de “Fearless” (“sem medo”, em inglês), o aplicativo de Suzman foi lançado recentemente no Oculus, aparelho de realidade virtual considerado um dos produtos mais avançados e completos do mercado. A interface é feita para que o usuário se acostume com a presença de aranhas, em vários níveis de interação.

Ao colocar os óculos de realidade virtual e abrir o aplicativo, a primeira cena que o “medroso” confere é um quarto virtual com uma aranha sorridente na tela da televisão. Nos níveis seguintes, o aracnídeo passa a ser mais amedrontador e se move na direção de quem assiste.

Consequências psicológicas

Suzman segura uma tarântula para provar que seu medo dos animais foi embora. 
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Professora de psiquiatria e estudos comportamentais na Universidade de Emory, nos Estados Unidos, Barbara Rothbaum estudou, por mais de 20 anos, o impacto de simulações visuais em fobias. O que ela descobriu é que o procedimento pode ajudar a tratar medos como o de voar, falar em público e, inclusive, a aracnofobia.

Em entrevista à rede CNN, a professora disse considerar que “a hora da realidade virtual chegou”, espera que mais desenvolvedores explorem essas ferramentas.

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Sobre o medo de Suzman, o empresário afirma que está superado. Depois de algumas horas usando o Fearless, seu receio com aracnídeos sumiu, e, para provar, ele enviou à CNN uma foto de si mesmo segurando uma tarântula.

O aplicativo já levantou US$ 650 mil em investimentos, dinheiro que será utilizado para adicionar outros tipos de fobias na interface da plataforma. Por enquanto, o software conta com interações com insetos, e a próxima experiência que Suzman planeja incluir é com baratas.

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Colaborou: Cecília Tümler