Em uma amostra do que o futuro nos reserva, minúsculos chips já começaram a ser instalados nas pessoas e prometem inaugurar um período futurista que o cinema, há tempos, antevê e incentiva com maestria. Com funcionamento parecido à logica Jedi – em que um movimento de mãos e braços associados a uma intenção resolvia qualquer necessidade – as estruturas, instaladas sob a pele de quem se propõe a experimentar a inovação, destravam portas, portões, substituem senhas e acessam computadores.
A australiana Shanti Korporaal instalou um em cada mão. Ela vem gostando da experiência de nunca mais depender de um chaveiro ou sentir a angústia de esquecer uma senha, por exemplo. Com o marido, criou o “Chip My Life”, um serviço de distribuição de implantes que pretende expandir a adesão à tecnologia, principalmente, na Austrália. Embora ainda seja dedicada a um nicho de mercado, o interesse pela inovação parece crescer. Recentemente, uma empresa na Suécia ofereceu aos funcionários a opção de contar com chips ao invés de crachás. Mais de 400 aceitaram a proposta.
Korporaal espera que, num futuro não tão distante, os microchips sejam configurados para pagar as contas do usuário e, quem sabe, acabar com a era dos cartões de crédito. Por enquanto, os chips dela também ativam seu smartphone e acessam vídeos no YouTube. “A ideia de super-humanos apresentada por muitas histórias de ficção já é real”, disse em entrevista ao The Washington Post.
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Biohackers
Os chips foram injetados na australiana em maio por Amal Graafstra, um médico que diz já ter implantado as estruturas em cerca de 1.200 mãos. Segundo ele, com anestesia local, em dois segundos a inclusão é feita.
Para as pequenas, mas crescentes comunidades de “biohackers” – que defendem ser por meio do hackeamento do corpo que uma melhora na performance humana pode ser alcançada – este é só mais um passo na longa história do aperfeiçoamento.
Segundo Graafstra, o que difere os entusiastas da ideia de quem acha tudo isso ainda muito estranho pode estar no modo de enxergar a si mesmo. “Algumas pessoas vêem o corpo como um templo sagrado, enquanto outras o enxergam como um veículo utilitário esportivo que se pode melhorar. Estou, definitivamente, na segunda categoria”, defendeu em entrevista à Revista Forbes.