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religião e tecnologia

Monge-robô entoa mantras e ensina Budismo

Xian’er é capaz de responder questões sobre o Budismo. Robô tem pouco mais de meio metro de altura | Reprodução/Hindustan Times
Xian’er é capaz de responder questões sobre o Budismo. Robô tem pouco mais de meio metro de altura (Foto: Reprodução/Hindustan Times)

O Budismo pode ser uma religião antiga, mas um templo está olhando para o futuro para espalhar seus ensinamentos.

Xian’er é um bom budista, cantando seus mantras com energia quase infinita e conversando com interessados sobre os meandros da religião. Ah, ele também é um robô.

Com um pouco mais de meio metro de altura, Xiang’er se move por comando de voz e pode responder a 20 perguntas diferentes sobre o Budismo na sua versão “small talk” - comparável à versão mini da Siri, da Apple. Os temas que ele é capaz de abordar são listados em uma tela que ele segura a sua frente.

O robô “usa” amarelo, é careca e mantém as sobrancelhas levantadas com a expressão de interesse perpétuo (ou talvez seja surpresa). O templo Longquan, na periferia de Pequim, é onde ele chama de casa, segundo a Reuters.

Mestre Xianfan, seu criador, baseou o robô em um desenho animado que ele começou a produzir em 2013 e que resultou em animações, quadrinhos e merchandising com a cara de Xian’er. Tanto o desenho quanto o robô têm o mesmo objetivo: difundir os ensinamentos do Budismo.

Xian’er escolheu um bom momento para fazê-lo, com o Budismo em ascensão. Segundo pesquisa do instituto Pew Research, espera-se que o número de budistas em todo o mundo suba para 511 milhões até 2030. Eram 488 milhões em 2010.

Xianfan liga o fato de o Budismo estar em ascensão às pessoas atormentadas que procuram a paz em um mundo digital de ritmo acelerado.

“O Budismo é algo que dá muita importância ao coração e presta atenção no mundo espiritual do indivíduo”, disse à Reuters. “É um tipo de cultura elevada. Falando a partir dessa perspectiva, eu acho que pode satisfazer as necessidades de muitas pessoas.”

É aí que Xian’er entra: ele pode ser capaz de espalhar a paz interior para um mundo digital. E, mesmo que este mundo tenha criado várias das distrações, Xianfan diz fazer sentido misturar ciência com Budismo.

“Ciência e Budismo não se opõem nem se contradizem. E podem ser combinados, mutuamente compatíveis”, diz ele.

Espalhar a religião pode ser importante também. Após atingir o pico em 2030, o Budismo deverá ter uma queda para 486 milhões de seguidores em 2050 - de 7% da população mundial em 2010 para 5% da população em 2050 - devido à idade e baixa taxa de fertilidade de muitos de seus praticantes.

A pesquisa da Pew aponta que “a proporção da população da China que é budista deverá se manter em torno de 18% entre 2010 e 2050.”

Outro estudo da Pew projeta que o Islamismo crescerá de forma mais acentuada do que qualquer outra religião até 2050, se as tendências atuais continuarem. Na verdade, se a população budista crescer e cair como o previsto, será a única das principais religiões a não ter “pelo menos algum crescimento em números absolutos.”

Se Xian’er não fizer seu trabalho, assim será.

O pequeno rapaz certamente já encantou algumas pessoas. Michelle Yu, uma budista praticante que recentemente visitou Pequim fez uma visita especial para Xian-er, que ela havia conhecido via rede social.

“Ele é muito fofo “, disse à CBC. “Vai levar o Budismo para mais pessoas, uma vez que muitos vão acha-lo interessante. O robô poderá fazer várias pessoas realmente entender o Budismo.”

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