As primeiras experiências com um óculos de realidade virtual (esses aparelhos capazes de reproduzir vídeos interativos e passar a sensação de que você realmente está dentro deles) costumam ser transformadoras, pois trazem à prática mundos que se encontravam apenas na imaginação. E momentos assim têm sido cada vez mais comuns com a popularização dos vídeos em 360º (que é a matéria-prima dessa tecnologia) e do Google Cardboard (um acessório de baixo custo feito de papelão e que permite conectar um celular e mergulhar na realidade virtual).
As possibilidades são muitas. E não só o entretenimento se beneficia, mas, também, a publicidade.
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É o que demonstrou um relatório do Interactive Advertising Bureau (IAB), que aponta que a realidade virtual deve ser a nova aposta dos comerciais. Com base em entrevistas com especialistas -- de criadores de hardware e softwares da tecnologia a geradores de conteúdo e publicitários --, a pesquisa destaca como as empresas vão usar essa inovação em sua publicidade, além de identificar as forças e fraquezas desta tecnologia.
“Você vai ser capaz de obter melhores informações antes de comprar um carro novo ou um produto novo. Você vai testar hotéis antes de visitá-los e produtos antes de comprá-los”, prevê Yale Cohen, vice-presidente sênior do Publicis Group, terceiro maior grupo de comunicações do mundo.
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Para o empresário, o desafio é fazer o consumidor conhecer esta forma de interação.
Investimentos
A previsão do cenário de avanço da realidade virtual também é baseada na grande quantidade de investimentos que a área tem recebido. O relatório explica que, segundo uma pesquisa da eMarketer, mais de 2,5 bilhões de dólares têm sido aplicados em fundos, aquisições, fusões e espaços na mídia de empresas no ramo de realidade virtual e realidade aumentada desde 2014. E apenas na primeira metade de 2016, o valor investido foi de cerca de 1,3 bilhões de dólares.
Para os próximos 24 meses, a pesquisa vislumbra um panorama de consolidação das empresas que trabalham com realidade virtual, além de uma diminuição de custos de produção e comercialização e aumento de produção em escala. Ao mesmo tempo, a realidade aumentada, que mistura a realidade virtual e a ‘realidade real’, continuará obtendo destaque - a exemplo do jogo Pokémon Go, essa tecnologia se mostra mais aplicável atualmente.
Criatividade
De acordo com Agatha Bochenek, chefe de estratégia da empresa de tecnologia Unity e uma das entrevistadas, a realidade virtual é uma ótima oportunidade para que publicitários parem de reproduzir a mesma linguagem padrão de anúncios. Tal conjuntura teria acontecido quando os anúncios de tevê começaram a ser visto em celulares, mas diferenciariam-se agora por demandarem muito mais criatividade para serem executados.
“Quanto mais complexa a ideia, mais acertada a solução”, crava o relatório, que elenca as quatro principais “armas” dessa tecnologia:
Presença e empatia são alguns dos atributos da narrativa construída em realidade virtual segundo os especialistas. Na plataforma virtual a história contada ganha um caráter de imersão, fazendo com que o consumidor se foque na experiência -- sem distrações.
As maiores oportunidades para as empresas são as versões de demonstração de produtos. Ao invés de ir até uma loja para ter noção de dimensões e características, o consumidor poderá ter a experiência de tocar e verificar o item. O relatório explica que esse processo pode aumentar o potencial de compra e afinidade do consumidor com a marca.
A realidade virtual coloca quem visualiza como centro de uma situação que pode ser diferente de tudo que a pessoa já experimentou. Provar a sensação de estar no topo do monte Everest, por exemplo, aflora emoções de uma maneira intensa. Esse tipo de sensação gera um engajamento muito maior no usuário, que pode se identificar com causas e perfis de marca.
A produção de um vídeo publicitário regular envolve atores, câmeras e diretores. Na realidade virtual, no entanto, as câmeras são apontadas para todos os lados, criando múltiplas perspectivas e eliminando a ‘parede’ entre o que é produzido e quem assiste. Tal condição faz com que a preocupação de quem cria tenha de se voltar para enfatizar ao consumidor caminhos a serem seguidos por sua narrativa particular, ao inve´ de tentar controlá-lo totalmente. Isso significa que há a necessidade de pensar de uma maneira ainda não experimentada por profissionais de vídeo e publicitários.
Colaborou: Cecília Tümler
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