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As pesquisas envolvendo inteligência artificial remontam há décadas, mas é justo dizer que a tecnologia nunca foi tão discutida e estudada quanto hoje. Ao lado de universidades e institutos científicos, grandes empresas de tecnologia também passaram a apostar no desenvolvimento de máquinas e sistemas inteligentes capazes de facilitar a vida de usuários comuns e de companhias dos mais diversos ramos.

Não à toa, gigantes como Google, Facebook, IBM e Microsoft têm divulgado a cada mês novos produtos, serviços e pesquisas que usam machine learning e outras técnicas de inteligência artificial, seja para buscar novos tratamentos para o câncer ou para ajudar o usuário a controlar os eletrodomésticos de sua casa.

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Na linha de frente desta revolução estão cientistas, programadores, empresários e investidores, capazes de levar esta tecnologia a um novo nível. Confira abaixo alguns dos principais nomes que estão moldando o presente e o futuro da inteligência artificial, seja desenvolvendo aplicações, colocando dinheiro nas pesquisas ou chamando atenção para as implicações éticas e filosóficas das máquinas inteligentes.

Demis Hassabis, da DeepMind

Divulgação/DeepMind

É o co-fundador e CEO da DeepMind, startup comprada pelo Google há dois anos por US$ 400 milhões. A startup concentrou a atenção da mídia no início deste ano ao levar seu sistema de computador Alpha Go para participar de uma partida contra o campeão mundial do jogo de tabuleiro Go. O programa venceu o humano e trouxe à tona os avanços da DeepMind em deep learning – campo da inteligência artificial que se baseia na utilização de redes neurais capazes de absorver quantidades enormes de dados e analisá-los para tirar conclusões e prever ações. Hassabis reforça que o deep learning pode “reinventar a robótica” e abrir um novo caminho para pesquisas científicas, onde as máquinas seriam capazes de identificar áreas promissoras para estudos e colocar cientistas na direção correta.

Geoffrey Hinton, da Universidade de Toronto

O cientista da computação é considerado o “padrinho do deep learning”, campo que começou a estudar ainda na década de 1980. Hinton desenvolveu algoritmos capazes de treinar redes neurais e seu trabalho chamou a atenção de gigantes da tecnologia do Vale do Silício – entre eles o Google, que o contratou em 2013 para ajudar a criar ferramentas para a internet baseadas no conceito. O cientista de 68 anos tem ajudado a formar toda uma nova geração de programadores, seja por meio de suas aulas de machine learning na Universidade de Toronto ou por meio do curso gratuito sobre redes neurais que criou na plataforma de e-learning Coursera.

Yann Lecun, do Facebook

A missão de Lecun é estratégica para o Facebook. Como o diretor de pesquisas em inteligência artificial da rede social, ele lidera os esforços para permitir que a plataforma entenda cada vez mais as intenções de seus usuários – o que, por sua vez, pode gerar ainda mais receita para a rede. O Facebook também tem defendido e estimulado o desenvolvimento de chatbots, robôs integrados ao aplicativo de mensagens Messenger capazes de interagir com os internautas por meio de textos.

Daniela Rus, do MIT

Divulgação/Daniela Rus

Em um campo dominado por pesquisadores homens, Daniela se tornou a primeira mulher a dirigir o Laboratório de Ciências da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL, da sigla em inglês) do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma das instituições de ensino mais conceituadas do mundo. Seu principal campo de atuação é a robótica: em conjunto com outros pesquisadores, ela já desenvolveu robôs capazes de efetuar tarefas bastante díspares, desde cuidar de um jardim a assar biscoitos e dançar com humanos. Para ela, no futuro os robôs estarão tão integrados ao nosso dia a dia que se tornarão tão comuns quanto os celulares são hoje.

Nick Bostrom, da Universidade de Oxford

Divulgação/Universidade de Oxford

Como filósofo, Bostrom está mais preocupado com as implicações morais da adoção em larga escala da inteligência artificial e como isso vai impactar as relações entre humanos – temas que já discutia muito antes do recente boom da tecnologia. Ele lidera há mais de dez anos o Instituto do Futuro da Humanidade , grupo de pesquisa que reúne matemáticos, cientistas e filósofos da Universidade de Oxford. Bostrom costuma alertar em suas falas para os riscos de se desenvolver máquinas realmente inteligentes e sencientes (capazes de sentir emoções), uma ameaça à humanidade, segundo ele, maior do que o aquecimento global. Sua palestra no TED sobre o tema tem mais de 2 milhões de visualizações.

Yoshua Bengio, da Universidade de Montreal

Bengio, ao lado de Geoffrey Hinton, é considerado um dos “fundadores” do deep learning e segue como uma das autoridades mais respeitadas do mundo em inteligência artificial, a ponto de já ter sido citado mais de 40 mil vezes em teses acadêmicas e pesquisas. Sua principal ambição como pesquisador é compreender os princípios de aprendizagem que tornam um humano inteligente – e levar isso para sistemas de computação. Bengio também é conhecido por ser um dos principais evangelizadores de machine learning, organizando conferências e workshops para disseminar conhecimento sobre o tema – seu principal parceiro nessas empreitadas é Yann Lecun, do Facebook.

Eric W. Brown, da IBM

O cientista da computação está à frente do desenvolvimento dos algoritmos do Watson, a plataforma de computação cognitiva da IBM. Sua missão é justamente pensar em novas aplicações de inteligência artificial para o sistema, que já roda cerca de 30 ferramentas diferentes, que vão desde interpretação de texto ao diagnóstico de pacientes para médicos – a IBM foi pioneira ao trabalhar com computação cognitiva em escala comercial. A empresa destaca que a “computação cognitiva é a nova era computacional”.

Sundar Pichai, do Google

Ramin Talaie/AFP

A visão do atual CEO do Google é clara. Para ele, o mundo está evoluindo de um cenário “mobile first” para “AI-first”, com a inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) assumindo a dianteira. E é por isso que a gigante de buscas tem investido cada vez mais na tecnologia, integrando-a a novos produtos – como os recém anunciados smartphones Pixel e o assistente doméstico Google Home – e colocando-a como o principal atrativo de seu novo aplicativo de mensagens Allo. A intenção final, reforça Pichai, é fornecer por meio da inteligência artificial um Google para cada pessoa e não apenas um Google para todos – ou seja, a intenção é propiciar uma experiência personalizada e individual.

Eric Horvitz, da Microsoft

Reprodução

Horvitz é o diretor do laboratório de pesquisas da Microsoft Research e responsável por liderar os estudos da empresa em inteligência artificial. As pretensões da Microsoft no campo não são pequenas – recentemente, a empresa anunciou que está desenvolvendo pesquisas na área para aprimorar o tratamento contra o câncer, combatendo a doença como se fosse um vírus de computador. E, em março deste ano, o CEO da companhia, Satya Nadella, deixou clara sua intenção de construir um “exército” de bots movidos por inteligência artificial. Horvitz também foi presidente por dois anos da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial (AAAI, da sigla em inglês), uma das instituições mais respeitadas do ramo.

Elon Musk, da OpenIA

HECTOR GUERRERO/AFP

O empreendedor bilionário, apelidado de “Tony Stark da vida real”, é mais conhecido por sua atuação à frente da Tesla e da SpaceX. Mas ele também é um dos fundadores e principais investidores da OpenIA, uma espécie de startup sem fins lucrativos que quer democratizar o acesso à inteligência artificial – a empresa foi criada para desenvolver pesquisas avançadas em IA e compartilhar tudo de graça. A intenção da iniciativa, além de fomentar a evolução da tecnologia, é evitar que apenas um pequeno grupo de grandes empresas (como Google e IBM) controle o futuro da inteligência artificial. Além disso, Musk já falou vários vezes que acredita que máquinas e programas super avançados podem se tornar um risco para a humanidade.

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