O robô DURUS pode caminhar mais de um quilômetro e meio com os sapatos de um humano. Um par de tênis Adidas tamanho 44, pra ser mais específico.
Engenheiros no Instituto de Tecnologia da Georgia, nos Estados Unidos, assumiram a missão de desenvolver um robô movido a bateria que imita o complexo passo humano. Aaron Ames, professor de automação e mecatrônica, afirma que o feito representa um avanço em eficiência robótica e mobilidade, e pode permitir que robôs funcionem de forma mais eficaz em ambientes feitos para humanos.
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“O que me motiva bastante, pra ser honesto, é o quão legal o robô é. Mas há muitas aplicações realmente importantes”, afirma Ames.
VÍDEO: veja o robô “maratonista” em ação
Pesquisadores têm mantido há muito tempo uma fixação pela ideia de robôs humanoides – aqueles que imitam a aparência, movimento, fala e até mesmo a rotina de seres humanos. Eles têm sido assunto de incontáveis filmes de ficção científica (geralmente relacionados ao fim do mundo) e, no mundo real, muitos consideram essas máquinas o Santo Graal da robótica moderna.
Curiosamente, pesquisas sugerem que o bipedalismo (capacidade de se mover por meio dos dois pés) é um meio de locomoção bastante ineficaz. Robôs que ficam em pé e caminham em duas pernas geralmente têm uma pisada menos estável do que os que usam esteiras ou têm várias pernas – assim como você tem mais chances do que o seu cachorro de tropeçar e cair enquanto caminha. E robôs deveriam, ao fim, ser mais perfeitos do que seus criadores humanos, certo?
Isto é verdade, diz Ames, mas robôs também têm de existir em um mundo desenhado e construído para humanos. Se robôs são enviados para um prédio em chamas para nos resgatar, por exemplo, eles precisam ter como subir escadas e se locomover por corredores estreitos. E isto é difícil de fazer em esteiras ou muitas pernas, afirma o pesquisador da Georgia.
A maioria dos robôs construídos com duas pernas se move adiante usando pés planos, em um movimento que não á apenas desajeitado mas ineficiente. Até semana passada, o DURUS fazia o mesmo.
O caminhar humano é decididamente mais elegante. O quadril balança, o joelho se curva e o pé pousa suavemente no chão. Tecnicamente falando, o calcanhar toca o solo primeiro, o humano repousa em seguida o peito do pé no chão e os dedos o empurram para cima, a fim de repetir o movimento. Tamanha graça é muito difícil de ser replicada tecnologicamente, diz Ames.
“Em termos de equações, estas coisas são insanas. Se você tivesse que anotá-las, teríamos milhares de páginas de cálculos que estão na base desse movimento básico do robô”, afirma.
Diferencial
O robô DURUS não é o primeiro a caminhar como um homem. Outras universidades e empresas alcançaram esse objetivo, principalmente com robôs ligados a alguma fonte de energia externa. Mas o robô desenvolvido no Laboratório de Mecânica Avançada de Robótica Experimental do Instituto de Tecnologia da Georgia, que tem construído robôs bípedes desde 2008, é mais eficiente do que aqueles que vieram antes.
O DURUS também é o primeiro a ser montado com baterias que permitem que ele se desloque desplugado por mais de cinco horas – o que também significa que ele pode ser transportado mais facilmente e entregue em ambientes mais variados.
Claro, DURUS ainda precisa encarar umas pedras no caminho. O robô não consegue se levantar depois de uma queda, por exemplo. Humanos, pelo menos por enquanto, ainda são superiores nesse sentido.
“O objetivo final é levar robôs para o meio de florestas, em locais onde ocorreram desastres e até na exploração espacial. O que vai envolver robôs ajudando outros a se levantarem”, Ames afirma. “Mas este será um problema menor”, completa.
Veja abaixo um vídeo (em inglês) com imagens divulgadas pelo Instituto de Tecnologia da Georgia que mostra o robô em ação:
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