E se você não precisasse mais se lembrar de senhas – e, em vez disso, elas ficassem literalmente na sua cabeça?
Essa é a essência por trás de novas pesquisas de ponta que, para provar sua identidade, exploram como analisar as respostas de seu cérebro a fotos de celebridades ou como escutar os sons que ecoam em seu crânio.
Pesquisadores da Universidade de Binghamton, em Nova York, realizaram um estudo no qual 50 participantes foram monitorados enquanto usavam um capacete com 30 sensores cerebrais. Eles foram expostos a 500 imagens de objetos e coisas variadas, tais como celebridades, alimentos e palavras incomuns, que apareciam em uma tela por menos de um segundo cada.
Os sensores capturaram a reação automática dos cérebros às imagens e, a partir desses dados, os pesquisadores foram capazes de descobrir como identificar uma pessoa com 100% de precisão usando apenas as respostas captadas pelos sensores para 27 destas imagens.
A coautora do estudo Sarah Laszlo disse à Ars Technica que o processo faz sentido para alguns cenários de alto risco, tal como controlar o acesso a informações restritas do Pentágono.
Outro estudo que pretende usar sua cabeça para melhorar a segurança é conduzido por uma equipe de pesquisadores alemães que estudam ecos cranianos. A ideia é, basicamente, usar alto-falantes que captam registros ósseos em microfones para detectar pequenas diferenças na forma como os sons ressoam na região do crânio das pessoas.
Os pesquisadores relataram uma taxa de acerto de 97%, mas fizeram testes com apenas 10 participantes.
O estudo usou a técnica com o Google Glass, e os pesquisadores sugerem que a solução poderia ser viável futuramente para tornar seguros outros computadores “vestíveis” na cabeça.
Estes estudos representam pesquisas iniciais e estão longe de ajudá-lo a acessar com segurança sua conta bancária online. Mas também destacam esforços para criar novas alternativas à senha tradicional, à autenticação de dois níveis e às impressões digitais como formas de provar quem você é.
A senha digitada já não está funcionando tão bem. Dificilmente se consegue guardá-la sem cair em maus hábitos digitais, como reutilizar palavras-passe. A maioria das grandes empresas já oferece autenticação em dois níveis, o que requer uma verificação extra que muitas vezes é digitar um código enviado por telefone.
A leitura de impressões digitais também está em crescimento. Os últimos iPhones têm um recurso chamado Touch ID e alguns locais de trabalho usam tecnologia similar para verificar as identidades dos funcionários. Ao contrário das senhas, você não consegue esquecer as suas impressões digitais. Mas também é praticamente impossível fazer alterações se os dados das digitais forem comprometidos.
Além disso, não é preciso um ataque hacker para expor sua impressão digital: afinal, você a deixa em um monte de lugares onde toca. Alguns pesquisadores provaram maneiras de falsificá-la a partir de imagens de alta resolução.
Monitorar dentro da cabeça das pessoas como o futuro da identificação biométrica pelo menos pode ajudar a evitar parte desse último problema: dado ao estado atual da tecnologia, você provavelmente perceberia se alguém estivesse tentando medir suas ondas cerebrais ou ouvir os ecos de seu crânio.
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