Quase sempre deixada de lado na lista de prioridades de muitos profissionais, a inteligência emocional pode ser determinante no desenvolvimento da carreira, sobretudo em momentos de crise. Com as empresas passando por reestruturações e exigindo cada vez mais de suas equipes, o mercado passou a requisitar pessoas capazes de lidar com conflitos e situações de estresse.

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E esse conjunto de habilidades é algo crucial diante dos desafios trazidos pela crise. “As pessoas mais equilibradas lidam melhor com a mudança e nós estamos em um momento de muitas transformações”, aponta o consultor da Propósito Capital Humano André Caldeira. Segundo ele, as empresas estão se atentando para a necessidade de desenvolver essas características em seus times, mas o primeiro passo tem de vir do próprio profissional.

Para o especialista, esse processo começa pelo autoconhecimento. “Você não consegue desenvolver essas habilidades sem olhar para dentro de si e entender sua forma de ver as coisas e reagir a elas. É a premissa fundamental”, pontua. E é a partir dessa leitura pessoal que o indivíduo vai se conhecer e saber o que precisa ser melhorado.

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A consultora Mari Martins, da Duomo Desenvolvimento Humano, lista alguns desses atributos. De acordo com ela, comunicação assertiva, bom relacionamento interpessoal e a consciência de suas próprias emoções são pontos que definem esse tipo de inteligência e dizem muito sobre o comportamento daquele profissional. “Quem possui essas habilidades bem desenvolvidas apresenta um bom desempenho em qualquer coisa relacionada a trabalho em equipe, influência, desenvolvimento de pessoas e na capacidade de estabelecer vínculos”, explica.

Desenvolvimento emocional

Um ponto que ela destaca é que, ao contrário do que muitas empresas acreditam, desenvolver esses pontos não significa suprimir suas próprias emoções. Para Martins, não se trata de negá-las, mas de lidar melhor com elas. “Todas as emoções são positivas. O importante é que elas sejam identificadas para que a pessoa saiba como reagir a cada um desses sentimentos”.

E esse autocontrole é mais do que fundamental. “Uma pessoa muito ansiosa e irritada gasta muito do seu tempo gerenciando esse estado emocional negativo. Já quem não entra nesse circuito emocional exagerado consegue ser mais dinâmico e produtivo”.

Para a consultora, ter essa consciência é um passo importante no desenvolvimento da inteligência emocional. “É importante ter mais conhecimento sobre si e sobre o próprio assunto, seja por meio de cursos, treinamentos ou mesmo leituras. É a partir disso que vem a reflexão sobre o que precisa ser melhorado”, aponta Martins.

Para Caldeira, esse progresso é parte de um amadurecimento pessoal e profissional que pode contar com a ajuda externa, como a de um coaching ou mesmo com um direcionamento feito pelas próprias empresas. “Iniciativas voltadas às avaliações de potencial, discussões sobre o que poderia ser melhorado tanto em termos técnicos quanto comportamentais são importantes nesse sentido. Um feedback estruturado, devolutivas frequentes e relevantes também colaboram”.

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