O índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,9% em fevereiro ante janeiro, para 129,8 pontos, informou nesta quarta-feira, 19, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na comparação com fevereiro de 2013, a queda foi de 4,2% - ritmo mais intenso do que a redução de 3% em janeiro sobre igual mês do ano passado.
"O aumento sazonal dos gastos no início do ano, além da manutenção de um elevado nível de endividamento e maior dificuldade de aquisição de crédito, manteve a intenção de consumo em um ritmo inferior ao do ano passado", explica a CNC, em nota. "O maior comprometimento da renda no início do ano com gastos relacionados a transporte, moradia e educação influenciou o resultado em fevereiro", acrescentou.
Apesar do resultado, o índice mantém-se acima da chamada zona de indiferença (100 pontos). Ao se posicionar acima deste patamar, o índice mostra um nível ainda favorável para o consumo.
Na comparação mensal, dois componentes da pesquisa apresentaram melhora: perspectiva profissional (+1,8% em fevereiro ante janeiro) e momento para duráveis (+16,3%). Entre os demais quesitos, os destaques foram a queda de 10,2% no nível de consumo atual, a redução de 5,2% na perspectiva para o consumo, e o recuo de 3,3% no índice de renda atual.
Por faixas de renda, os cortes mostram que o resultado do índice na comparação mensal foi sustentado principalmente pela queda da confiança das famílias com renda até dez salários mínimos, com recuo de 1,1%. As famílias com renda acima dez salários mínimos apresentaram crescimento de 0,1% na intenção de consumo.
Na comparação anual, a CNC atenta para a sucessão de resultados negativos no ICF, sendo que o último resultado positivo foi registrado em dezembro de 2012. "Nível elevado de endividamento e crédito mais caro vêm se refletindo em uma maior moderação do consumo no período", disse em nota. "Analisando as condições atuais e as perspectivas futuras da economia doméstica, a previsão da Divisão Econômica da CNC é que o volume de vendas do varejo obtenha um crescimento ao redor de 5,0% em 2014", previu a nota.