O interior foi responsável pela geração de nove em cada dez empregos no Paraná ao longo de 2013, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. A proporção foi a mais alta desde 2009, quando o cadastro adotou a metodologia atual das vagas criadas no ano passado, 88,6% estavam no interior e 12,4%, em Curitiba. Normalmente a distribuição é um pouco menos desproporcional. De 2009 a 2011, a capital gerou 27% das vagas contra 73% nas demais cidades. Em 2012, no entanto, a vantagem passou a aumentar Curitiba foi responsável pela criação de 24% dos postos de trabalho e o restante do estado, 76%.
Nos dados estratificados, a geração de empregos na indústria foi o fiel da balança para justificar o desequilíbrio dos resultados. O saldo curitibano neste setor foi negativo. Entre as admissões, as fábricas do interior do estado foram responsáveis por 87% das contratações nas indústrias paranaenses em 2013.
Segundo o professor de Economia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Saulo Campos, nos últimos dois anos aconteceu uma forte interiorização dos investimentos que chegaram ao estado. "A abertura de um projeto industrial tem um grande impacto na geração de empregos e isso justifica a desproporção na criação de postos de trabalho", explica.
No geral, o resultado mostra que o esgotamento do emprego nas grandes cidades ainda não ocorreu no interior. O saldo de empregos gerados diferença entre os profissionais admitidos e desligados de Curitiba caiu pela metade em 2013. De 17 mil novos postos criados em 2012, o número de novas vagas baixou para 8,9 mil no ano passado. Resultado diferente do interior paranaense, que apresentou alta de 23% de um ano para o outro em 2012 foram 56 mil novos postos e, em 2013, 69 mil.
Fenômeno nacional
O movimento segue uma tendência do restante do Brasil. Também de acordo com o Caged, 2013 foi o primeiro ano em que o interior do Brasil ultrapassou as áreas metropolitanas na criação de empregos formais. Levantamento da consultoria LCA revela que o interior de nove estados (Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul) foi responsável pela abertura de 340.881 postos formais na série sem ajuste, enquanto as áreas metropolitanas empregaram 211.190 pessoas.
Colaborou Antoniele Luciano, correspondente em Londrina.