Um exemplo citado no livro de Wikinomics, de Don Tapscott, é o de uma empresa de mineração que abriu informações na web sobre uma jazida de ouro e pediu ajuda para melhor explorá-la. Acabou montando uma rede peer-to-peer multidisciplinar (pagou os colaboradores, claro) e lucrou muito no novo processo.
Obviamente, um procedimento "wikinômico" apontado por Don é agir de forma global, como acontece na própria internet, definida no livro como uma "pele elétrica" que recobre a Terra. "A própria internet é um grande produto da colaboração em massa", lembra Tapscott. "Foi criada através da auto-organização. Não é propriedade de ninguém."
Ser profissional nessa era de colaboração significa estar sempre pronto a aprender e se reinventar. Ou seja, aquela conversa de que com a tecnologia iríamos todos relaxar é só conversa fiada mesmo. "Antigamente, nos formávamos na faculdade e estávamos mais ou menos preparados para a vida. Hoje você se forma e é só o começo", sentencia Don. "Metade do que se aprendeu no primeiro ano já está obsoleto quando chegamos ao terceiro."
A internet, na verdade, é só parte disso estamos vivendo numa economia do conhecimento. "Isso é uma grande responsabilidade, mas também uma grande oportunidade. E a web é a ferramenta perfeita para aproveitá-la."
O Second Life faz parte desse processo de colaboração em massa. Nele, o aspecto mais interessante não é sua virtualidade, mas o fato de que é, na verdade, uma empresa a Linden Labs cujos produtos, ou 99% deles, são criados pelos próprios clientes. "Em outra palavras, estamos criando produtores em vez de consumidores: os prosumidores", diz Don. O capítulo final de Wikinomics é um wiki, escrito por gente do mundo todo.
Quando a gente escuta essas teorias econômicas, logo se pergunta: mas não será uma nova bolha? Don nega. "A wikinomics não é uma nova bolha. As empresas percebem que é preciso mudar: bancos, companhias de mineração, de eletroeletrônicos, todos compreendem os princípios."