A professora Fabiana Machado, de Tibagi: lousa digital e wi-fi ajudam a sanar dúvidas na hora| Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo

Nas escolas, lousas têm acesso à web

Desde agosto do ano passado, todas as 73 salas de aula das cinco escolas municipais de Tibagi passaram a contar com lousas digitais e acesso à internet através do sistema gratuito de wi-fi. A professora da Escola Municipal Telêmaco Borba, Fabiana Gomes Machado, afirma que ambos os recursos ajudam muito nas aulas. "Ganhamos com a rapidez das informações. Os alunos têm algumas dúvidas que, sem a tecnologia, seria mais complicado sanar. Quando trabalhamos com mapas, por exemplo, podemos buscar a imagem real da região no mesmo instante", salienta.

A diretora da escola, Ana Elis Gomes, comemora os efeitos positivos da informatização das salas de aula. "Os índices de falta caíram muito desde a implantação do sistema e a nossa evasão de alunos foi a zero. Eles se acostumaram com a tecnologia e, provavelmente, vão estranhar a falta dela nos outros anos da vida escolar", comenta.

Segundo a prefeitura, o próximo passo será a aquisição de tablets para cada um dos professores. Até o momento, o projeto de informatização das salas de aula demandou recursos da ordem de R$ 1,4 milhão. O kit também conta com uma série de aulas já preparadas que podem ser complementadas pelo professor.

Histórico

Tibagi é um dos 130 municípios brasileiros que, de 2007 até julho deste ano, receberam outorgas da Anatel para operarem o sistema wi-fi em seus territórios. Desses municípios, 68 ficam na Região Sudeste, 54 só no estado de São Paulo. O Sul vem em segundo lugar, com 32 municípios, 15 deles no Paraná. (DK)

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Câmara

Projeto quer liberar wi-fi em todos os órgãos públicos

Um projeto em análise na Câmara dos Deputados quer tornar público o acesso às redes wi-fi de todos os órgãos estatais ou instituições que recebem dinheiro do governo federal. A proposta é do deputado paranaense João Arruda (PMDB) e recebeu, em março, parecer favorável da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, mas ainda tem um longo caminho à frente antes de chegar à votação. A próxima avaliação é da Comissão de Tecnologia, Comunicação e Informática.

Segundo o deputado, o objetivo é que as redes wi-fi de órgãos de administração pública direta (como ministérios e universidades) e indireta (qualquer órgão que receba verba federal) estejam abertas à população no contraturno e nos fins de semana. Com isso, a sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por exemplo, teria de liberar sua rede de wi-fi para a população. Para o deputado, o maior entrave é garantir a segurança da rede dos órgãos que vão oferecer conexão wi-fi. "Temos de pensar numa tecnologia que proporcione essa segurança." (BB)

Implantado há dois anos, o programa de internet wi-fi gratuita da prefeitura de Tibagi, na região dos Campos Gerais, tem sido uma alternativa interessante para moradores que teriam dificuldades em pagar as mensalidades de um serviço privado, mas algumas limitações precisam ser resolvidas. Basta comprar uma antena e um receptor, o que representa um custo de aproximadamente R$ 300 para ter acesso à internet na cidade. No entanto, a dificuldade para baixar arquivos pesados e a demora no acesso têm causado incômodo aos usuários.

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O município foi um dos pioneiros em oferecer internet gratuita para a população, e é citado com frequência como um exemplo para as demais cidades. Hoje mais de 50 municípios do estado têm ou estão implementando projetos desse tipo, de acordo com levantamento do movimento Nós Podemos Paraná, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que tem uma ação voltada para fomentar a criação das "cidades digitais". "Cada vez mais a internet está sendo vista pelos gestores municipais como um serviço público", diz Maria Aparecida Zago Udenal, coordenadora Nós Podemos Paraná.

Uma das vantagens do sistema de internet gratuita é levar a web a regiões que não teriam acesso pelas operadoras privadas. Tibagi, por exemplo, é o segundo maior município em extensão territorial do Paraná (cerca de 3 mil quilômetros quadrados), e cerca de 70% dessa área está coberta pelo sinal do programa, que chega através de uma fibra ótica cedida pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) e é distribuído por meio de seis torres.

"Nosso diferencial está, justamente, na extensão da cobertura, nos benefícios que conseguimos levar para as comunidades rurais. A maioria das outras cidades que dispõem do serviço acaba limitando o acesso à área central apenas", afirma Ari Osvaldo Araújo, gerente de Tecnologia da Informação (TI) da prefeitura de Tibagi.

Proprietário de uma das duas lojas de informática do município, Alisson Lopes vendeu os kits (antena e receptor) para a maioria dos cerca de 460 usuários do serviço na cidade. "O serviço tem sido de grande importância para as localidades que ficam distantes da sede. Tenho clientes que não têm nem telefone, mas conseguem emitir notas fiscais eletrônicas, efetuar pagamentos sem precisar de deslocamento", diz. No entanto, ele prefere não usar o serviço na loja. "No meu caso não compensa, porque tenho de baixar alguns programas mais pesados", afirma.

A velocidade da conexão do "Tibagi sem Fronteiras" é limitada em 300 kbps por usuário. No entanto, a qualidade varia dependendo do horário. Usuária do serviço desde o início, há dois anos, Rosane Aparecida de Camargo de Oliveira convive com a demora. "Precisa ser uma pessoa paciente para conseguir usar. Nos finais de semana, leva até meia hora só para fazer a conexão. Eu acesso pouco, normalmente uma vez por semana, para ver alguma notícia, pegar a receita de algum programa de TV que não consegui anotar na hora. Mas, se for para fazer alguma coisa com pressa, não dá muito certo", conta.

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Programa

Em geral, os programas municipais de internet gratuita exigem contrapartidas dos cidadãos, como o pagamento em dia do IPTU ou ter os filhos matriculados na escola, no caso de famílias com crianças em idade escolar. Araújo afirma que em Tibagi o programa exigiu investimento de aproximadamente R$ 150 mil. "Além desse valor, que consideramos baixo, temos um custo mensal de R$ 5,3 mil. Caso os usuários tenham carro, exigimos que ele tenha placas de Tibagi, para que parte do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) possa ser revertida ao programa", diz.