A primeira linha de impressão 100% brasileira da Interprint, multinacional alemã especializada na produção de papéis decorativos, entrou em operação há dois meses, depois de 14 meses de obras. Instalada em uma área de 70 mil m2 em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, o parque gráfico é fruto de um investimento de 30 milhões de euros (aproximadamente R$ 113,7 milhões) da empresa, que há quatro anos escolheu o Brasil como base de operações para atender toda a América Latina.
O papel fabricado na unidade é destinado ao revestimento de painéis de madeira e pisos laminados produzidos pela indústria moveleira e bastante utilizados pelo setor de decoração de interiores. São cerca de 6 mil desenhos, de diferentes cores e tonalidades. Uma segunda linha de impressão entrará em funcionamento daqui a dois meses, ampliando a capacidade de produção da gráfica para 90 milhões de m2 por ano.
Empregos
A abertura da fábrica fez o número de funcionários saltar de 15 para 45 e, até o fim do ano, a equipe deve somar 65 colaboradores. O planejamento prevê que esse número dobre em 2016, com a instalação da primeira linha de produção digital, mais rápida e eficiente, capaz de imprimir a uma velocidade de 150 metros por minuto em papéis com até 1,68 metro de largura. A projeção de novas contratações encontra respaldo também na possibilidade de ampliação da planta industrial. Com potencial para chegar a 28 mil m2 de área construída, o espaço poderá abrigar no futuro até cinco máquinas de impressão e três canais de impregnação.
Nos planos da empresa está ainda a instalação de um canal de impregnação – processo pelo qual se adicionam resinas ao papel impresso, deixando-o mais forte, flexível e resistente – até dezembro próximo, com potencial para imprimir 60 milhões de m2 por ano.
Com a inauguração da linha fabril – a 8.ª do grupo no mundo e a primeira da América Latina –, a Interprint ganha escala de produção e reduz consideravelmente o tempo de entrega, tornando o seu produto mais competitivo no mercado. Metade da produção vai atender a encomendas do polo moveleiro brasileiro, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Sem crise
O restante será exportado para países como Colômbia, Chile, Peru, Equador e Argentina, entre outros. A previsão, segundo a diretora-geral comercial e marketing da Interprint no Brasil, Lourdes Manzanares Irabien, é faturar R$ 35 milhões nos próximos 12 meses com o início das operações na fábrica. Isso mesmo com a situação de recessão da economia brasileira e em um momento em que a indústria nacional passa pela mais forte desaceleração dos últimos seis anos.
“Estamos conscientes de que todos os países, inclusive o Brasil, atravessam um momento econômico difícil, mas a Interprint não é uma empresa que faz investimentos a curto prazo. A fábrica é o início de um plano de desenvolvimento de longo prazo no mercado latino-americano. Nos próximos dez anos, a América Latina será uma das regiões com o maior crescimento social e econômico do globo e seria um erro não ter participação ativa nesse processo”, afirma Lourdes.
A valorização do dólar ao mesmo tempo em que a multinacional concluiu a construção da gráfica no Brasil impulsionou as vendas externas da Interprint. Por outro lado, onerou os custos de fabricação. “Parte importante dos nossos insumos é importada e os custos aumentaram na mesma proporção. Mas o fato de hoje exportarmos 50% da nossa produção nos permite ter uma posição privilegiada para enfrentar essa instabilidade cambial”, diz a executiva.
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