Não há razão para os investidores se preocuparem diante da perda de valor de mercado apresentada por grandes empresas brasileiras como Petrobras e Vale.
A avaliação foi feita nesta quinta-feira (14) pelo presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional), Álvaro Bandeira.
Estudo da empresa de análises financeiras Economatica, divulgado hoje, indica que o valor de mercado da Petrobras caiu US$ 97,5 bilhões entre maio e agosto deste ano, constituindo a maior perda em valor das Américas.
O valor de mercado da estatal em dólares era de US$ 303,6 bilhões em maio e caiu para US$ 206,1 bilhões no último dia 14. A mineradora Vale, por sua vez, apresentou a terceira maior queda, com perda de US$ 66,3 bilhões. A segunda foi a Exxon Mobil, que perdeu nesse período US$ 93,6 bilhões.
Segundo Bandeira, o que mais está afetando Petrobras e Vale é o comportamento das commodities, produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional. As commodities subiram muito, até um mês e pouco atrás. O petróleo chegou a quase US$ 150 o barril, o níquel já andou muito mais alto do que os US$ 19 mil a tonelada. E cederam bastante, muito em função do dólar mais forte em relação ao euro e ao iene.
O dólar fraco exigia que o investidor buscasse se proteger em petróleo e outras commodities, com destaque para metais, de acordo com o presidente da Apimec. Agora, conforme observou Bandeira, há uma queda na cotação das commodities, aliada ameaça de desaceleração da economia mundial.
No caso específico da Petrobras, ele salientou que pesa sobre a decisão dos investidores a discussão em curso sobre a criação de uma nova estatal para administrar o pré-sal. Certamente tem um desconto no preço das ações e isso faz com que a Petrobras tenha tido uma queda muito maior do que as outras ações.
Bandeira não crê, entretanto, que haja motivo para preocupações nem por parte do investidor nacional, nem pelo investidor estrangeiro que aplica no país. Os investidores estrangeiros, casualmente, tiraram alguns recursos do mercado secundário, em função da emissão de ações da Vale, por exemplo, mas não saíram do Brasil.
Para ele, o Brasil está bem colocado no cenário mundial, apesar da desaceleração econômica global. Mas o Brasil, pelos seus fundamentos, pelos seus dados da economia, está no radar dos grandes investidores do mundo.
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