A incerteza sobre a continuidade do programa de swaps cambiais, que são feitos pelo Banco Central (BC) e que equivalem a uma venda de moeda, pressionou a cotação da divisa americana ontem. O dólar comercial avançou 1,70% diante do real, a R$ 2,570 na compra e a R$ 2,572 na venda. Na máxima, a cotação chegou a R$ 2,583. Na semana, a alta acumulada é de 2,4%. Já o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário local, reverteu a alta e fechou em leve queda de 0,10%, a 54.664 pontos. Na semana, o recuo é de 2,5%.
Os investidores ficaram em dúvida sobre a continuidade dos leilões de swap em 2015. Na quinta-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que "o estoque de derivativos cambiais ofertados pelo BC até o presente momento já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial". Afirmou ainda que as operações vão ser renovadas no futuro, "observadas as condições de demanda. A interpretação é que a autoridade monetária poderia reduzir esse programa nos próximos meses, o que pressiona a moeda.
Mas ontem à tarde, Tombini negou, em entrevista ao Blog do Planalto, ter dito que esse programa iria terminar. A explicação, porém, não foi suficiente para o dólar reverter a tendência de alta.
Na avaliação de Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, a alta do dólar no Brasil acompanha o movimento externo. "Lá fora, o dólar está com viés de alta frente às moedas de países emergentes produtores de commodities. Só isso já justifica a alta por aqui", afirmou.