Cerca de 600 investidores ligados ao banco Lehman Brothers realizaram um encontro público em Cingapura neste sábado (11) para protestar contra a maneira como as instituições financeiras venderam a eles os produtos de investimento e para discutir maneiras de conseguirem uma indenização.
Realizado na Speakers' Corner, a única área pública na qual encontros podem ser realizados sem uma permissão especial na cidade-estado, a multidão incluiu várias pessoas que compraram produtos em julho, quando já havia preocupações sobre a saúde financeira do Lehman.
"Eles nunca me disseram que o emissor era o Lehman, e eu falei ao gerente que estava com medo dos bancos norte-americanos", disse Lin King, que comprou um valor de 60.000 dólares de Cingapura (40.900 dólares norte-americanos) em "minibonds" ligados ao Lehman por uma financeira de Cingapura que comercializou as notas como uma alternativa segura para depósitos fixos.
Protestos públicos são raros em Cingapura.
Lin afirmou que foi persuadida a comprar as notas quando foi renovar um depósito a prazo. Ela e outros investidores mostraram à Reuters brochuras impressas pela instituição financeira, nas quais não há indicação de que o produto era estruturado pelo Lehman.
Alguns poucos investidores mais velhos choravam alegando terem perdido uma vasta parte de seus valores recebidos na aposentadoria. "Eu não sabia que era do Lehman", afirmou uma mulher já na casa dos 60 anos. "Eu não quero juros, só quero o meu depósito de volta."
Tanto Cingapura quanto Hong Kong possuem leis que estabelecem que os bancos devem assegurar que os clientes comprem produtos de investimentos que sejam consistentes com as suas necessidades e perfis de risco.
A Autoridade Monetária de Cingapura (MAS) afirmou que cerca de 9.700 pessoas compraram notas ligadas ao Lehman, no valor de mais de 500 milhões de dólares de Cingapura. Autoridades de Hong Kong dizem que receberam mais de 7.000 reclamações de investidores alegando que bancos os venderam produtos do Lehman indevidamente.
A MAS informou ainda que, embora possa aplicar multas e suspender as licenças das instituições financeiras que não cumprem as suas regras, não tem o poder de exigir que os bancos indenizem os investidores.
Segundo Tan Kin Lian, um dos idealizadores do protesto, a manifestação deste sábado tinha como objetivo juntar e organizar os investidores para uma ação coletiva contra as empresas ou fazer uma requisição aos membros do Parlamento.
Falta de vacinas expõe incompetência dupla de Nísia Trindade em 2024
Lira expõe papel do governo Lula na liberação de emendas ao confrontar Dino
Marco Civil da Internet no STF: a expectativa da retomada do julgamento em 2025; ouça o podcast
Investigados pelo CNJ, juízes que participaram de jantar com Luciano Hang se declaram suspeitos
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast