O Bradesco tornou-se alvo de duas ações judiciais de investidores nos Estados Unidos, que pedem indenizações por perdas com aplicações feitas em ações do banco brasileiro. Os escritórios de advocacia Rosen Law Firm e Brower Piven, ambos de Nova York, ingressaram nesta segunda-feira (6) no Tribunal Distrital Sul da cidade com ações nas quais alegam ter tido perdas com a suposta participação do banco em esquemas de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Nas ações, denominadas class actions, os escritórios convocam investidores que tenham adquirido American Depositary Shares (ADS, recibos de ações do banco listadas na Bolsa de Nova York) entre abril de 2012 e 31 de maio deste ano. Eles acusam o Bradesco de infringir ato da Bolsa de Valores de 1934 ao não informar que, ao longo desse período, o banco estava “supostamente engajado em um esquema de propina no Carf, conspirando para evitar uma multa bilionária que lhe fora imposta pela Receita Federal”.
Os investidores acusam Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco; Alexandre da Silva Glüher, diretor vice-presidente e Júlio de Siqueira Carvalho de Araújo, ex-vice-presidente executivo do banco, de estarem ligados ao esquema. Afirmam, ainda, que os sistemas de controle interno dos dados financeiros do banco não foram efetivos.
Outros investidores com perdas acima de US$ 100 mil podem aderir à ação do Brower Piven até 2 de agosto. Na sexta-feira, outro escritório, o Glancy Prongay & Murray, de Los Angeles, informou que estudava abrir um processo contra o banco.
Resposta
O Bradesco afirmou hoje que “considera prestados os esclarecimentos devidos sobre os episódios recentes” e disse que “não entende ter havido oscilações relevantes no preço dos papéis da instituição nesta semana para justificar a movimentação dos investidores no sentido de uma ação judicial”.
O banco afirmou, ainda, que vai contratar escritórios americanos para representá-lo nessas questões.
Também nesta segunda, o Bradesco enfrentou problemas com seus sistemas, o que levou à paralisação dos serviços eletrônicos, principalmente no fim da tarde. O banco admitiu a intermitência em “parte de seu sistema”.
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